Mal vê duas mulheres de câmara apontada a um grupo de jovens numa ação de praxe, uma estudante apressa-se a perguntar quem são. “Turistas?!” Sim, são, e só por isso está dada autorização para filmar a iniciativa que junta dezenas de alunos de Jornalismo e Comunicação (FLUC) no Largo da Sé Nova.
Já com os futuros colegas de profissão, os “doutores” não são tão condescendes. Perante a presença de jornalistas, uma outra estudante, de capa aos ombros, aproxima-se: “Há algum problema?”, questiona, com ar demasiado sério. Para os profissionais não havia qualquer problema, mas para os que estavam a praxar houve alguma dificuldade em aceitar a presença da comunicação social.
Ainda assim, a atividade continuou com os caloiros a serem proibidos de levantar os olhos do chão. Exceção feitas às ocasiões em que saíam da “formatura” para se apresentarem. “Qual é a sua graça? (nome); Qual é a sua dentição (idade?); Qual é a sua estrebaria (naturalidade)”. A tudo isto, os novatos tinham que responder a gritar. E, claro, cumprindo sempre os dois metros de distanciamento social – o mesmo, aliás, que foi pedido à comunicação social presente.
Os grupos de estudantes em ações de praxe eram ontem poucos visíveis nas ruas da cidade, ao contrário do que aconteceu no dia anterior. Na terça-feira, ao final do dia, o Conselho de Veteranos disse ter marcado presença nos vários polos da universidade para acompanhar a receção aos novos colegas, tendo-se verificado “várias situações em que foi difícil manter o distanciamento entre grupos devido à elevada densidade de pessoas e concentração junto de pontos-chave de serviços académicos.”.
O Conselho de Veteranos adiantou que foram também verificadas situações “em que foi necessário suspender a praxe em alguns cursos, após sucessivos avisos e notada a impossibilidade de cumprimento das regras”.

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