Se a concessão falhar, que deve a autarquia fazer com a piscina-mar?

A piscina-praia para os mais antigos ou a piscina-mar para outros foi mandada construir pelo comendador Augusto Silva. Inaugurada em 1953, representou uma mudança no paradigma arquitetónico da cidade. Projetada pelo ilustre arquiteto figueirense, Isaías Cardoso, foi inspirada no modernismo brasileiro, em especial nas obras de Niemeyer.

Inicialmente, estavam associados à piscina de água salgada uma sala de restaurante e a habitação pessoal do proprietário. Posteriormente, o edifício foi ampliado com a construção de uma estalagem. Durante muitos anos teve este programa funcional até ser adquirido na década de 90 pela Sociedade Figueira Praia. Esta empresa pretendia demoli-lo, transformando-o num complexo hoteleiro e habitacional, contudo, em virtude do esforço de alguns cidadãos interessados na preservação do edifício, tal foi evitado e em consequência foi abandonado.

Foi, finalmente, reconhecido como Edifício de Interesse Público em 2002. Nessa altura, é doado ao município, todavia, as intervenções que foram realizadas não garantiram requalificação, pelo contrário, agravaram o seu estado. Foi totalmente demolido o interior da estalagem, alteraram-se as dimensões do tanque da piscina e construiu-se um corpo descontextualizado destinado a snack-bar.

Nos anos seguintes, o município manteve em funcionamento com apoio de concessionários as únicas partes do edifício não destruídas, a piscina, balneários, restaurante e algumas lojas. No entanto, ciente que não tem vocação para explorar profissionalmente um complexo hoteleiro e dado o nível de degradação do edifício e a sua necessária e merecida reabilitação, o município lançou um concurso público para sua requalificação total e futura exploração por 50 anos.

O projeto ganhador do concurso, com um investimento de 3,6 milhões de euros, prevê implementar um hotel de quatro estrelas com 37 quartos, um spa de talossoterapia na cave, lojas abertas para o exterior, manter um restaurante e a piscina de mar de uso aberto ao público. Tem tudo para ser um sucesso quer como negócio quer como oferta diferenciadora e complementar para a cidade! Acredito que vai resultar! Caso contrário, aciona-se a caução e lança-se novo concurso.