Resultados de ensaio clínico no IPO em destaque no congresso americano de Oncologia

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O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra foi o principal centro recrutador a nível nacional para efetuar o ensaio clínico JAVLIN Bladder 100. Os resultados alcançados com a aplicação deste novo fármaco (avelumab) permitiram dar melhor qualidade de vida aos doentes com carcinoma urotelial. Trata-se de um tipo de tumor “com muito mau prognóstico, principalmente quando se diagnostica numa fase avançada”, afirmou a diretora do serviço de Oncologia Médica do IPO Coimbra, Gabriela Sousa.
Perante o cenário de reduzidas “alternativas de tratamento”, a solução encontrada na maioria dos casos é a participação em ensaios clínicos para, dessa forma, tentar garantir melhores tratamentos. “É de enorme mais-valia para o IPO poder oferecer a estes doentes alternativas de tratamento que ainda não estão a ser usadas de forma corrente”, afirmou a médica.
A aposta do gabinete de investigação, em articulação com o Conselho de Administração, tem sido trazer para a instituição o maior número de ensaios clínicos que dêm aos doentes “alternativas de tratamento a que não têm acesso de outra forma. A investigação clínica deve ser encarada seriamente pelas instituições que têm os recursos técnicos e científicos para a fazer. É a forma de fazer avançar a ciência, e a oncologia em particular, exigindo uma equipa multidisciplinar, com recursos humanos altamente diferenciados.”
É aqui que entra o ensaio clínico Javlin Bladder 100. O uso desta imunoterapia permitiu, de acordo com Gabriela Sousa, dar aos doentes do IPO “uma alternativa de tratamento que até agora não existia”. Os resultados, segundo a diretora do Serviço de Oncologia Médica, são bastante positivos, pois permitem recuperar “o controlo da doença numa fase que não é curável”, ao mesmo tempo que dão “uma melhor qualidade de vida” a estes doentes depois de realizarem a primeira quimioterapia. Na sessão plenária da Sociedade Americana de Clínica Oncológica, os resultados apresentados com a colaboração da instituição conimbricense foram considerados excelentes, sendo mesmo considerados “a maior sobrevivência alguma vez reportada neste tipo de cancro”. “Na prática, a aplicação desta imunoterapia permitiu que estes doentes vivessem o dobro do tempo médio esperado”, frisou a diretora do serviço de Oncologia Médica.

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