Trabalhadores da cortiça em greve de cinco dias por melhoria do contrato coletivo

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A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) convocou para segunda a sexta-feira uma greve geral na indústria corticeira, para reivindicar aumentos salariais e outras medidas que os patrões têm recusado incluir no novo contrato coletivo de trabalho.

No total, são 16 as unidades industriais que, no Norte e Centro do país, vão acolher concentrações e desfiles de protesto organizados pelo SOCN – Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, pelo STCCMCS – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas e pela FEVICCOM – Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro.

Em declarações à Lusa, o dirigente do SOCN, Alírio Martins, referiu as três principais reivindicações da massa laboral: “Um aumento salarial de 3%, porque a associação patronal só se tem disponibilizado para 1,8% e isso dá apenas 14,73 euros por mês; o pagamento de diuturnidades iguais a toda a gente e não apenas aos funcionários administrativos; e mais direitos para os trabalhadores com doenças profissionais resultantes das suas funções”.

Os grevistas também reclamam a atualização do subsídio de refeição para seis euros diários, exigindo para isso 45 cêntimos de aumento enquanto os patrões propõem apenas 5 cêntimos, e querem ainda “que o novo contrato coletivo deixe bem escrito que o assédio aos trabalhadores é ilegal”.

Alírio Martins realça que a maioria das manifestações está prevista para unidades do Grupo Amorim por ser esse o líder mundial da indústria corticeira e o seu maior empregador nacional. “O setor tem faturado bem e, se a Amorim está à frente de tudo, tem é que dar o exemplo”, defende o sindicalista.

Na segunda-feira, há uma concentração na APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça e greve em oito empresas do concelho de Santa Maria da Feira: Amorim Top Series S.A. em Argoncilhe, Granorte – Revestimentos de Cortiça S.A. em Rio Meão e, especificamente na freguesia de Santa Maria de Lamas, a PortoCork Internacional, a Vasconcelos & Lyncke S.A., a Amorim Distribuição S.A. e ainda a Amorim & Irmãos S.A., a Champcork e a Unidade Industrial De Sousa (sendo estas últimas duas também da Amorim & Irmãos).

Na terça e quarta-feira a laboração para nas duas unidades da Amorim Revestimentos S.A. em São Paio de Oleiros, onde também haverá concentração de trabalhadores no primeiro desses dias.

Ainda na quarta-feira, os mesmos protestos estendem-se a Coruche e Vendas Novas, com concentrações anunciadas para a Amorim Florestal S.A., para a Equipar da Amorim & Irmãos e para a Amorim Isolamentos S.A..

Finalmente, na quinta-feira a greve distribui-se por Norte e Centro, concentrando-se nas unidades da Amorim Florestal em Salteiros e Ponte de Sor, e na sexta decorre o último período de greve na Amorim Cork Composites S.A. de Mozelos, na Feira.

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