Maioria das familias devolveu manuais escolares emprestados – diretores escolares

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A maioria das famílias está a devolver os manuais escolares emprestados, segundo um balanço dos diretores das escolas, que constatam o “trabalho escravo” de quem está a avaliar o estado de conservação de milhares de livros.

Até sexta-feira, as escolas têm de dar por terminado o processo de avaliação do estado de conservação dos manuais escolares que o Ministério da Educação emprestou a mais de 500 mil alunos do 1.º e 2.º ciclos.

No início do ano letivo, foram distribuídos cerca de 2,8 milhões de manuais que os encarregados de educação tiveram agora de devolver para poder continuar a beneficiar da medida.

Professores e funcionários têm estado a “receber milhares de manuais e a avaliar página a página o estado de conservação. Toda a escola está a trabalhar nisto. É um trabalho escravo”, conta à Lusa Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).

Também o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, reconhece que este é um trabalho hercúleo, mas considera natural que todos participem no processo de reutilização, caso contrário a medida poderá tornar-se economicamente inviável.

Este ano, a distribuição de manuais aos alunos do 1.º e 2.º ciclos custou cerca de 30 milhões. Para o ano, a iniciativa será alargada a todos os estudantes do ensino obrigatório e custará 145 milhões.

O sucesso da medida está dependente da reutilização dos manuais e este é um processo que só funciona se todos participaram, sublinha Filinto Lima.

Aos alunos foi pedido que estimassem os manuais, aos encarregados de educação que apagassem o que tinha sido escrito durante o ano letivo e agora às escolas cabe a tarefa de avaliar o estado de conservação e colocar as informações na plataforma MEGA, que depois atribui os vouchers aos alunos.

A três dias do fim do processo, os dois representantes dos diretores escolares fazem um balanço positivo do processo de reutilização.

Segundo Manuel Pereira, “serão muito escassos os casos em que as famílias não devolveram os manuais, até porque foram todos avisados que não receberiam novos vouchers”.

A ideia é corroborada por Filinto Lima, que acredita que apenas os pais dos alunos mais pequenos poderão optar por ficar com os manuais “como recordação dos primeiros livros dos filhos”.

Mas também, lembrou Filinto Lima, esses são os manuais mais difíceis de reutilizar, já que são feitos para os alunos escreverem, desenharem e até colarem autocolantes.

Tirando estes casos, o presidente da ANDAEP diz que já se nota uma maior cultura de reutilização.

“Vamos aumentar a taxa de reutilização e de certeza que este é um processo que vai melhorar de ano para ano”, defende, reconhecendo que este ano letivo apenas 4% dos manuais distribuídos pelo ministério eram em segunda mão.

Nas escolas, o processo de carregar os dados dos alunos para o ano letivo 2019/2020 na plataforma MEGA termina na sexta-feira.

Os vouchers para o próximo ano letivo serão disponibilizados a partir de 09 de julho para a grande maioria dos alunos, com exceção dos alunos que agora iniciam um novo ciclo – os do 1.º, 5.º, 7.º e 10. º anos – que vão ficar disponíveis a partir de 01 de agosto.

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