“Hoje não se compram produtos, compra-se marca”

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A ideia expressa no título desta peça foi um dos muitos pensamentos partilhado, ontem, no auditório do ISCAC | Coimbra Business School, pelo filósofo e sociólogo francês Gilles Lipovetsky. O anfiteatro da escola encheu-se para ouvir o reputado escritor e pensador europeu, num encontro que se centrou no tema “A Sociedade do Hiperconsumo: Seremos Nós Mais Felizes?”.

Ali, o autor de obras amplamente conhecidas e elogiadas como “O Império do Efémero – A Moda e Seu Destino nas Sociedades Modernas” ou “A Felicidade Paradoxal” abordou os perigos deste fenómeno do consumo levado ao limite, em que a cultura consumista é transversal a todas as áreas e universos do nosso quotidiano.

“Existe uma lógica de ‘cada vez mais’, um sobreabundância de tudo, onde tudo é matéria mercantilizada. Por exemplo, muitas pessoas correm e gostam de correr. Qual a razão para o terem de fazer numa passadeira, num tapete de um ginásio?”, sublinhou Gilles Lipovetsky, lembrando, também, o “fenómeno dos ténis”. “Quando eu era miúdo, existiam quatro ou cinco modelos de sapatilhas, disponíveis em três ou quatro cores. Hoje, se entrarem numa loja da Nike, encontram milhares de modelos e produtos… O Spotify, para dar outro exemplo, disponibiliza 30 milhões de músicas! É mais do que é humanamente possível ouvir”, acrescentou.

Perante o olhar atento das largas centenas de pessoas que marcaram presença na conferência, falou, ainda, sobre o Natal, “uma ocasião religiosa e espiritual transformada num produto comercial, num produto de mercadorias, em que os pais ficam mais excitados do que as crianças só com a ideia de compras coisas”.

Notícia completa na edição impressa de hoje

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