Opinião – “A valorização da dignidade do ser humano”

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“Não é um vencido que se retira, é um enfastiado que se safa”.
Eça de Queiroz

Em resposta a Manuel Alegre, António Costa, sobre o pagamento de IVA a cobrar nos espectáculos taurinos, perora: “As civilizações também se distinguem pala forma como valorizam a dignidade do ser humano” (Público, 11/11/2018 ).
Escreveu Franz Kafz, autor do extraordinário livro “O Processo” ( 1925 ), que” a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”. É, portanto, num aspecto abrangente de solidariedade e dignidade humanas que me irei debruçar com fundamento em Mahatma Gandhi quando nos adverte ser contra a dignidade do homem obedecer a tiranias que o possam escravizar!
E haverá maior tirania que a democracia do quero, posso e mando que retirou, sem remissão, aos velhos, doentes e deficientes o usufruto de familiar de titular da ADSE por uma discutível e desumana rectroactividade de uma lei que os obriga a percorrer uma via sacra que os conduziu à cruz de terem que esperar por uma consulta hospitalar que pode demorar meses e meses e uma operação chegar depois do doente ter morrido. Não leitor não é ficção, mas pura e triste realidade!
Desçam à terra, e ponham as mãos na consciência senhores políticos preocupados com os seus umbigos cheios de mordomias. Depois, porque como sentenciou Charles Dickens, “o homem é um animal de hábitos”, reponham a situação anterior daqueles que já não têm idade de optarem por seguros de saúde que não caducam com reformas de que venham a auferir.
Com mais ou menos IVA, o país corre o risco de se tornar numa faena da ADSE com personagens humanas doentes, velhas e deficientes, perante partidos políticos (do CDS ao PCP) mudos e quedos como penedos e uma opinião pública apática que, com raras e honrosas excepções, a tudo assiste por julgar que a juventude é eterna e a doença é para os outros, nanja para eles?
Deste duelo argumentativo para adestrarem as espadas das respectivas razões, como se tratasse de uma grave situação nacional, entre um histórico do Partido Socialista, Manuel Alegre, e o primeiro-ministro, António Costa, deveriam, com maior razão, os portugueses de ser proibidos de comerem febras de porco em tradicional e selvagem matança em que o animal grunhe em sofrimento atroz sem a nobreza do touro que luta pela vida!
“Et pour cause”, sentindo-se como um pequeno David , sem funda, lutando contra a poderosa máquina do Estado, é um cidadão que desiste formalmente de lutar com a razão que tem como da mais elementar justiça contra uma causa que desvaloriza a dignidade do ser humano.

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