Opinião: Bem diz o povo – sem vergonha

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O país anda ao Deus dará quando o partido que nos (des)governa se porta como um qualquer ‘Sem-vergonha’.
O PS apregoou recentemente uma vergonha generalizada que tarda em demonstrar, e que deve envergonhar os portugueses.
Se não, vejamos:
Ainda antes da detenção de Sócrates, em Julho de 2014, António José Seguro disse ao país que existia um PS invisível e avisou: “Gostaria que toda a verdade [no caso BES] viesse ao de cima. Doa a quem doer. Se isso acontecesse, o tal partido invisível seria…mais visível. Não podemos ter um País de (…) ‘uma mão lava a outra’. Isso adensa o clima de podridão.”
Ora, João Galamba, companheiro do ex-primeiro ministro considerou imediatamente que se tratava de uma “insinuação canalha”, e atribuiu “uma palavra para Seguro e o seu desespero: vómito”.
Sucede que Galamba privava de perto com Sócrates e acompanhava as suas movimentações. Mais, tanto quanto se sabe, jantava semanalmente (desconhece-se se regurgitava de seguida) num célebre restaurante lisboeta, numa Tertúlia onde se preparava o regresso do Senhor Engenheiro. Fazia-o na companhia de Pedro Silva Pereira (cujas despesas com a estada de um filho em Paris também foram suportadas pelo ‘famoso’ amigo de Sócrates), Vieira da Silva (actual ministro de Costa, que nada teve a ver com o caso ‘Raríssimas’), João Constâncio (cujo pai, Vítor Constâncio, ex-governador do Banco de Portugal, falhara na supervisão bancária que lhe competia e que culminara nos casos BPN, BCP e BPP).
Sucede, ainda, que as contas de tais repastos (superiores a €20.000,00 ) eram enviadas a Carlos Santos Silva, que as pagava.
E não se envergonhavam , os comensais– pasme-se.
Mas agradeciam – presumo.
Galamba, pelo menos – agradecido, certamente –, bem avisou o amigo por telefone e SMS, em Outubro de 2014 : “Um amigo muito bem informado acabou de me enviar a seguinte mensagem: Fala com o JS. Há sururus de que vai ser feita qualquer coisa contra ele muito rapidamente. Se souber algo mais, aviso”.
Sem qualquer respeito pelo segredo de justiça por que tanto clamaria mais tarde!
E, de novo, sem nenhuma vergonha!
Esta, guardava-a para um momento merecedor de tal honra: sucedeu há pouco quando anunciou que Sócrates envergonha qualquer socialista.
Agora!? Comeu, bebeu, conspirou, violou o ‘sagrado’ segredo… E, agora, envergonhou-se – pasme-se.
Confesso que esperei uma confissão, seguida do competente acto de contrição, mas não. Afinal, o que o envergonhava não era o seu comportamento antidemocrático, mas sim o comportamento do amigo que lhe pagara os pecados.
Sem-vergonha!
Tão sem-vergonha como todos aqueles que aplaudiram Sócrates no congresso socialista do passado fim-de-semana!
É este o partido que nos (des)governa.
Sem-vergonhas!
Eu, por mim, nem à mãe perdoo a tamanha falta de vergonha que lhe permitiu cravar um custoso casaco de que muito gostara.
Posso perdoar-lhe (e até apreciar) – mas somente a ela – que do filho não se tenha afastado, mau grado o seu indesculpável comportamento, mas já não lhe perdoo que tenha pedinchado e aceitado luxos pagos por uma pretensa herança que a própria não lhe legara.
Mais uma, sem-vergonha!
A não ser, que tudo isto tenha decorrido de ‘mero lapso’. Se assim for…
É expectável que a mãe soubesse que o filho não era herdeiro de fortuna que justificasse um estilo de vida particularmente faustoso? É expectável que os amigosdo Sr. Engenheiro percebessem a falta de ética do seu comportamento?
Bem, em boa verdade, isto é tão expectável quanto expectável seria que um ministro (advogado reputado) conhecesse os impedimentos a que está sujeito.
Sem-vergonhas!
Eu, cá, envergonho-me pelo comportamento de quem nos desgoverna!
Eu, cá, não lhes perdoo!

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