Opinião – Contribuamos, pois…

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Foram duas as promessas que levaram os socialistas, apoiados por comunistas e trotskistas, ao poder: fim da austeridade e estabilidade fiscal.

Mais de dois anos depois, verifica-se que nem a página da austeridade virou, nem a carga fiscal estabilizou. Pelo contrário, a realidade de hoje assenta num tão gigantesco quanto cego volume de cativações, que estrangula e compromete a qualidade dos serviços públicos, ao qual se junta a mais alta carga fiscal desde 1995!

Se, a tudo isto, juntarmos, no final de 2017, o mais alto valor atingido pela dívida pública externa líquida, a mais baixa despesa com pessoal do Estado dos últimos 29 anos e a mais alta taxa de crescimento da economia dos últimos 17 anos, talvez nos devamos interrogar.

Afinal, de que nos serviu o crescimento e a conjuntura favoráveis, a nós, contribuintes, se temos cada vez piores serviços públicos de saúde, de segurança, de justiça, de educação, de transportes e de apoio socia e cada vez mais dificuldade em que não sobre mês e falte salário?

Onde foi gasto o nosso dinheiro, o dinheiro de todos nós, contribuintes?

Banca e actores políticos, que se têm confundido numa amálgama de plasticidade e corrupção, levaram o País à quase bancarrota por três vezes e por três vezes esse caminho foi socialista!

Um nível de corrupção que nos coloca na 29ª posição entre 180 países e nos envergonha será, com toda a certeza, a razão maior que nos impede de sermos um dos países mais socialmente desenvolvidos do mundo.

Sabemos (pouco), pela comunicação social, que o governo se prepara para fazer entrar a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio. Não conhecemos estudos, nem o resultado da auditoria externa encomendada, mas a falta de sensibilidade social e de respeito pelos pobres e pelos mais fracos, pelos quais, e só pelos quais, as Misericórdias existem, que este negócio evidencia, é demasiado grande para que calemos a nossa indignação.

Se deixarmos que tal negócio se concretize estaremos, pela primeira vez, de forma explícita, a aceitar que o sector social cumpra outra missão, outros objectivos e outros interesses, comprometendo-o e, como consequência, deixando desprotegidos todos os que dele dependem.

O que esconde uma concentração de investimento desta dimensão na banca comercial, sem precedente no historial da instituição Santa Casa da Misericórida de Lisboa?

Importa que nos indignemos, que não nos calemos, que não tenhamos medo e que não nos deixemos intimidar por fantasmas de populismo, estratégica e instrumentalmente agitados por quem teme que a voz do povo impeça os seus desideratos. O sector social é, na nossa cultura e na nossa economia, o último reduto, o último bastião do combate à pobreza e à exclusão social, ao assegurar as competências que o Estado tem, mas não consegue (nem objectivamente quer, como agora se vê) desempenhar.

 

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