Daniel Santos

Para Oscar Wilde “todo aquele que se volta para o próprio passado não merece encarar o futuro”. Mas afinal viver no passado é o sonho secreto dos figueirenses, é a verdadeira solução de todos os problemas, é, enfim, a referência permanente dos períodos eleitorais. Até mesmo promessas para o futuro, quando existem, são…voltadas para o passado! Repare-se no compromisso do famigerado coreto do jardim, prometido para um futuro sem data foi, simplesmente, inspirado no passado.

A recente campanha de promoção da Figueira replica muitas referências do passado, Atente-se nos festivais (dos pequenos cantores, de cinema), não são outra coisa que a concretização do impulso de revisitar os eventos outrora bem sucedidos. Assim embalados, inebriados, apelamos ao passado como se não houvesse necessidade de preparar o futuro. Assim como se, todos juntos, nos constituíssemos como um museu vivo (vivo?…). Agora é a reforma administrativa, pessimamente concretizada sob o cutelo da troika e do governo de então.

Claro que é necessário construir uma reforma com pés e cabeça, que envolva regiões administrativas, concelhos e freguesias, assente em profundas análises de território que, por incompetente, o Estado central e local se alheou de elaborar, assobiando para o lado. A cândida proposta de voltar simplesmente ao passado é não só inexequível por envolver várias freguesias, como não apresenta soluções de futuro. Pois, nem a reboque das eleições! Ai passado, passado que nos tolhes o futuro!