Daniel Santos

O recente baile-mandado entre as cidades de Lisboa e do Porto a propósito da candidatura à localização da Agência Europeia do Medicamento, atual despojo do Brexit muito disputado por várias cidades europeias, pôs a nu os indícios da importância que foram conquistando paulatinamente as respetivas Áreas Metropolitanas em detrimento das restantes regiões do país.

Em Lisboa encontram-se já a Agência Europeia de Segurança Marítima e o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. No Porto ainda não se localiza qualquer agência europeia.

As tímidas referências à impossível candidatura de Coimbra não são mais de que breves sessões de fogo-de-artifício pré-eleitoral, já que, até mesmo Lisboa tem dificuldade em reunir os múltiplos critérios exigíveis.

Cada vez mais a Região Centro vai perdendo a importância que deveria atribuir-se-lhe, sendo Coimbra de há muito uma mera fornecedora de políticos e de conhecimento para o poder central. Há-de ser por alguma razão que o litoral Norte e Sul vão engordando à custa de migração do interior, enquanto o litoral Centro vai perdendo população.

No momento em que se discute de novo o futuro das nossas autarquias é ocasião de refletir sobre as vantagens em juntar as sinergias dos concelhos da região e dar-lhe a legítima forma a que constitucionalmente têm direito. De outro modo, continuaremos a propor as mesmas pequenas soluções para os mesmos pequenos problemas do concelho.