Vive muita gente no Alto Forno. Contudo, as obras realizadas nesta zona “nova” (tem 30 anos) da cidade resumem-se ao asfalto, pintura das passadeiras e pouco mais. Quem vive na zona sente um certo desprezo por parte da Câmara.
Especialmente quando vemos que os milhões previstos para a regeneração urbana vão ser aplicados nos mesmos locais de sempre. A “Qualificação da Frente Marítima de Buarcos” tem previstos 2,5 milhões de euros. O “Jardim Municipal e envolvente” será beneficiado com mais 400 mil euros. Outra vez o Jardim Municipal? Foi remodelado em 2005, tendo custado mais de 1 milhão de euros. Quem explica este “despesismo”?
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) prevê ainda mais 3 milhões de euros em obras na enésima requalificação do Núcleo Antigo. Outra vez? E tanto dinheiro para quê?
Para “o reforço do estar pedonal [sic] e com a consequente animação vivencial”? “Estar pedonal”? O que é isto? Vamos ter passeios mais largos e pisos de melhor qualidade? Não, o responsável técnico ignora palavra “passeios” no PEDU, nem uma única referência.
No PEDU existem ainda soluções tão incongruentes quanto ultrapassadas. O desenho das ciclovias depende da “futura aquisição de um logradouro” e de um “barco” para a margem sul. Ignora-se o que o resto da Europa faz há 50 anos: vias integradas, convivência entre carros e bicicletas. O PEDU é um passo em falso, mais do mesmo, sem discussão nem oposição visível.
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