Opinião – Saúde/eutanásia na construção

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Norberto Canha

Norberto Canha

Vou iniciar esta caminhada pela aldeia. Numa aldeia do meu concelho a que estou ligado pelos afectos, e onde tenho alguma coisa; dois factos a realçar.

1 – Uma capela já antiga que guardava memórias era construída, melhor dizendo, foi destruída porque ficava mais barato deitá-la abaixo e com o mesmo aspecto construí-la de novo. Foi essa a opinião de quem opina, engenheiros? Com a anuência de arquitectos? Não sei!. Nem pude saber!

2 – A Ermida de Nossa Senhora de Jerusalém ainda não a cair, restauram-na com materiais diferentes da pedra com que foi construída. Tinha umas pinturas penduradas por cordas nas traves. Nelas poisavam para repousar e adormecer as corujas. Chamei a atenção do presidente da Câmara (que vivia os acontecimentos) foram para Lisboa para restaurar. O presidente morreu, onde estarão?

Na minha aldeia, sem população, parte das casas estão em ruínas. As restantes só se enchem pela Festa da Padroeira da povoação, em Agosto. Poderiam facilmente ser recuperadas, mas os meios? Os migrantes com os impostos actuais mal chega para o seu sustento.

Uma casa próxima de Coimbra que provavelmente pertenceu ao caseiro (Foz de Arouce) a proposta do engenheiro foi deitar abaixo. Desisti. Com muito menos custo, manteve-se, pode-se ver, não envergonha. Evitou-se a Eutanásia, não se perdeu a memória do passado.

Uns poucos passos mais encontramo-nos na margem esquerda do Mondego no Mosteiro de São Jorge de Milreus, esteve em total agonia. Tem a melhor coleção de azulejos de qualquer outro edifício privado do país e produzidos em Coimbra. Foi a primeira instituição religiosa de Coimbra, data de 1084, antes da Nacionalidade!

Desde a altura consagrado Monumento Nacional! Reconstruído, devido ao esforço dum lunático! Sabia? Será!? Mas continuando pela margem esquerda do Mondego surge-nos o mosteiro de São Francisco. Obra inacabada! Podia ser hoje uma Escola Profissional de referência e um museu de têxteis.

A traição de sempre! O meu pesar é que a traição é dos políticos locais. Hoje com os governos centrífugos a periferia sente-se protegida e em lugar de apoiar boicota tudo o que surja que não seja para ter proventos ou ganhar votos. Assim, atrevo-me com este desemprego galopante que a primeira responsabilidade é dos políticos locais e dos presidentes das juntas e das câmaras. A solução deste país está nas vossas mãos. Não se pode continuar a gastar mais do que se produz. Na produção está a salvação deste nosso cantinho.

Discutam-se localmente, sem partidarice os problemas locais. Se assim for, Coimbra sairá da agonia em que se encontra. Faça-se esta sugestão enquanto se respeitar uns e outros para que não haja vencedores nem vencidos. Isto é, ressabiados. Se não este novo ciclo, tão desejado, transformar-se-á em igual ao que desejamos que termine. Sejam inteligentes. Salvem o presente e antecipem o futuro. ( 29-02-2016 )

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