Opinião – Todos os dias vezes 5

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Luís Santarino

Luís Santarino

Estará tudo escrito sobre as eleições presidenciais, ou ainda me é dada a hipótese de escrever mais qualquer coisa? Esta foi a pergunta que formulei ontem a muitos amigos e conhecidos.

Não hesitaram. Disseram que sim. E mais, deram opinião sobre aquilo que deveria escrever. É que, tenho o “mau hábito” de conversar com muita gente, recolhendo opiniões, sugestões, obrigando-me de algum modo a fazer ou tentar fazer a sua síntese.

Sobre as últimas eleições, todos os analistas disseram a mesma coisa de forma diferente. Aliás, algo que já tinha acontecido durante a campanha eleitoral.

Fica-me a mágoa de Portugal ser composto de um número ilimitado de demagogos que, cada um a seu tempo e a seu jeito se estampa na primeira oportunidade.

Assumi desde o início o apoio a Maria de Belém e, creiam-me, não me sinto nada incomodado, a não ser pela fraca votação. Mas também Edgar Silva esteve mal e nem por isso vem algum mal ao mundo. A não ser ao governo se Costa não se “puser a pau com a escrita”!

Incomodou-me ver nove (nove) candidatos a fazer a campanha de um só. Nunca um cidadão teve tanta gente a conquistar votos para si. Bastou a Marcelo Rebelo de Sousa comer um pastel de nata, engraxar os sapatos, abraçar umas velhinhas e dar “uns” beijos a criancinhas, para vencer de forma folgada…de carreirinha!

Quem haveria de dizer que, em 2016, iríamos ter um Presidente da República que defendeu até ao último dia o Estado Novo! A alguém passaria pela cabeça este facto? Pois não. Bem me parecia que esta seria a sua resposta, também!

Marcelo Rebelo de Sousa tem grande mérito, porque soube desde há muitos anos preparar a sua ascensão. Sossegado, tranquilo, a “panfletariar” bastas vezes, sempre a adormecer quem lhe poderia fazer frente. Nunca analisou à mesma mesa com outros comentadores. Esteve sempre só, cara a cara com jornalistas, nunca permitindo o contraditório! Inteligente e brilhante!

Dizia-se no auge da sua carreira de comentador, que ele era o “Professor que Portugal consagrou”!

Não me lembro quem o afirmou, mas a partir daí foi sempre a somar.

Enquanto isso, uma esquerda pouco consistente foi-se dividindo. Uns à esquerda mas mais à direita e outros à esquerda ainda mais à esquerda. No meio disto tudo, apareceram os mesmos que, de 5 em 5 anos acham que têm uma palavra a dizer e que o “Povo vai na conversa”!

São os cidadãos do…de vez em quando. De repente desabrocham ou saem da casca, jogam com os dois pés, têm a capacidade de dizer umas vulgaridades e são apoiados, as mais das vezes por dirigentes políticos que lá no fundo esperam que percam.

A melhor forma de nos vermos livres de uns gajos é dar-lhes corda!

Foi isso que foi feito com Sampaio da Nóvoa. E ele, boa pessoa, – estou a falar sério – deixou-se levar pelo enredo de um filme que, afinal, era uma peça de teatro.

Fechou-se a cortina, desceu o pano, enrolam-se as bandeiras, voltam todos a casa pouco refeitos da derrota, mas com aquela esperança e determinação; podem contar connosco daqui a 5 anos!

Eu também espero cá estar, porque desejo “ser” todos os dias do ano e não só alguns!

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