Opinião – Zé Viterbo. Não foste grande, foste enorme

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Luís Santarino

Luís Santarino

Como naturalmente perceberam, na última crónica que escrevi, não me referia a António Costa, mas a Sampaio da Nóvoa que, teria de mudar o discurso para ter o apoio do Partido Socialista. Colocadas as coisas no seu devido lugar, vamos ao que interessa.

Incomoda-me que as festas se transformem em campos de batalha. Principalmente, quando temos a noção que estamos a falar de marginais. Marginais, que não deveriam sequer fazer parte da nossa sociedade disfrutando da liberdade que o Estado de Direito abusivamente lhes confere.

Mas incomoda-me também que, as forças da ordem sejam tão mal tratadas por alguns irresponsáveis comentadores de clubes.

É que, eu ainda sou do tempo que, em nome da ordem, da ordem pública e de uma qualquer ordem, sofremos uma ditadura.

A Senhora Tatcher tratou dos holligans de uma forma democrática; quem não sabe viver em sociedade e comporta-se de forma digna, deveria ser preso. Em boa verdade, hoje uma família pode-se deslocar a um campo de futebol sem nenhum problema.

Em Portugal, fruto da desordem que grassa, o futebol está “às moscas”, um campeonato medíocre, comentadores incapazes, as mais das vezes a “apagar incêndios com gasolina”!

Este é o panorama desportivo que temos, num país que tem três jornais desportivos diários, vários programas de comentadores de televisão mas, cujos temas de discussão passam sempre pelo futebol, relegando as outras modalidades desportivas para as calendas.

Eu sei que as outras modalidades “não vendem”,  e por isso não tendo grandes patrocinadores. Mas quando assim acontece, é ao Estado que compete regular a atividade, obrigando a que os agentes de informação dediquem tempo e páginas a outras modalidades desportivas.

Por isso, a nossa sociedade divide-se entre os fanáticos do futebol e das telenovelas, quantas vezes fanáticos das duas, o que nos relega, ao país claro, para a cauda do desenvolvimento. Parece-me que este facto deixa satisfeitos os nossos governantes, à esquerda e à direita, alimentando este estado de coisas, no pressuposto que “ir contra o normal funcionamento da nossa sociedade desportiva” pode retirar votos e isso não convém.

Caminharemos assim para o abismo, já anunciado, se não existir coragem e determinação em parar com a manifestação selvagem de alguns energúmenos. Precisamos de gente no futebol. Precisamos também, no futebol, de nos aproximarmos da norma europeia.

Por Coimbra, a Académica manteve-se depois de estar com os dois pés na 2ª. Liga. Não fosse José Viterbo a assegurar a manutenção, com trabalho e muita competência, a esta hora estaríamos a “deitar contas à vida”, e tentar perceber daqui a quantos anos voltaríamos à 1ª Liga. Por isso é descabido e de mau gosto afirmar-se que a manutenção se deveu à derrota do Gil Vicente. A memória dos homens é curta e a traição está sempre ao virar da esquina.

No jogo do Estoril a Académica/OAF estava descida de divisão. Agora, alguns inteligentes que por aí andam conseguem questionar as qualificações do José Viterbo. Talvez para entregar a equipa, a um dos 7 ou 8 inteligentes que a recusaram quando era quase impossível a manutenção.

José Viterbo pode ter errado algumas vezes. Mas eu gostaria de saber quanto erram no seu trabalho, os que conseguem estar sempre a denegrir o trabalho de outrem.

Ai se vocês soubessem o que vai “prá i” de incompetência, deitavam as mãos à cabeça. E alguma custa-nos a todos muitos milhares de euros por ano.

Mas isso será outra conversa.

José Viterbo. Terás a minha amizade e solidariedade tanto na vitória como na derrota… porque os amigos conhecem-se quando estamos na mó de baixo.

Só que tu, por agora, “não foste grande, foste enorme!”.

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