Opinião – Todos unidos, por uma Académica fiel à sua Identidade

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Hélder Rodrigues

Hélder Rodrigues

1. A Académica dos Anos 60

Nos anos 60, a Académica atingiu o seu esplendor, ao conjugar a arte com a eficácia e começou a competir ao mais alto nível!
No principio da década com uma equipe promissora, “os pardalitos do Choupal”, onde sobressaia a sua linha avançada irreverente e marcadora; Crispim, Rocha, Lourenço, Gaio e José Júlio.

A meio da década com uma equipe de luxo, constituída por: Maló e Viegas; Curado e Marques; Toni, Vieira Nunes, Rui Rodrigues, Belo e Gervásio: Mário Campos, Ernesto, Artur Jorge, Manuel António, Rocha, Nene, Vítor Campos e Peres, que somou vitórias e feitos notáveis!

Orientada por treinadores da casa; Mário Wilson e Francisco Andrade, íntimos conhecedores dos jogadores e do espírito académico, movidos por amor à causa, espalhou prestígio e glória que ainda hoje perduram!

Fez tremer o Benfica de Eusébio ficando no 2º lugar do Campeonato Nacional, esteve na final de 2 Taças de Portugal que ficaram para sempre no historial da competição. A última das quais, em 69, defendendo os direitos da Academia de todo o País, lutando contra a Guerra Colonial que dizimava a juventude portuguesa, transformou o Jamor, repleto, no maior comício político até então realizado num Estádio!

Era uma máquina de fazer futebol, eficaz e “lindo de morrer”! Mas acima de tudo, ganhou uma legião de adeptos por esse País fora, que ainda hoje se recordam desse futebol de sonho, executado por equipas quasi integralmente constituídas por “jogadores estudantes”que mais tarde desempenharam (e desempenham) cargos relevantes e prestigiados na vida nacional! Que lição formidável!!

Nesses tempos, a cidade acompanhava e vivia a par e passo, os jogos da Académica, de uma forma apaixonada e vibrava intensamente com os seus êxitos porque se revia nela e com as suas causas!

2. A Académica que não podemos deixar morrer!

Desde então, para todos aqueles que tiveram a felicidade de viver esses gloriosos tempos da “equipa dos estudantes”, independentemente do clube que sejam, a Académica ficou no seu coração! É frequente ouvir, de Norte a Sul do País; – “Oh da Académica!”, “da Académica somos todos!”.

Era uma equipe que quando entrava em campo, de capas aos ombros, saudada por adeptos e adversários, transformava, de repente, essa tarde desportiva numa tarde de festa e de convívio!

Uma Académica que nos ensinou a gostar de Coimbra e de ser estudante de Coimbra. Uma Académica que ainda está viva dentro de nós! Que não podemos deixar morrer!

3. Todos unidos, por uma Académica fiel à sua Identidade!

Os mais cépticos dirão que “o tempo não volta para traz”! Os que acreditam no futuro dirão que “os valores e as causas justas nunca se perdem”, embora por vezes tenham fases de eclipse!

Num momento delicado para a Académica, esta Crónica não é contra ninguém! Isso não é o espírito da Académica que defendemos! A Académica tem que estar para já unida na luta pela manutenção (finalmente resolvida, desde que entrou José Viterbo), mas que passe no futuro a lutar para os lugares cimeiros da classificação e que a conduzam de volta à sua Identidade, impar no futebol nacional!

Esta Crónica é pela Académica que queremos! Uma equipa formada maioritariamente por jogadores estudantes, onde a Academia, a Universidade e a Cidade, se revejam! Esta Crónica é por Coimbra! Afinal, por todos nós!

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