Opinião – Mitos sobre o envelhecimento ativo

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Ricardo Pocinho

Ricardo Pocinho

Com a população a envelhecer emergiram um conjunto de teóricos e pseudo especialistas, que logo à tona vieram, com pensamentos firmados em coisa nenhuma e ao sabor da corrente vão, quais cogumelos do tempo em que os há, aparecendo por todo o país, vendendo aqui e ali as mais refinadas “pílulas” sem receita nem terapêutica para que os nossos seniores tenham os últimos anos da sua vida envoltos em profunda atividade.

Depois de termos tido um ano europeu que comemorou isso mesmo, o envelhecimento ativo, em 2012, pouco ficou em termos de estratégia e de políticas para prosseguir estas questões, os mesmos pensadores que na altura fizeram inúmeras atividades, rapidamente esqueceram a atividade que eles próprios demonstram não ter. Vivemos hoje num mundo envelhecido e cabe a todos reorganizar o espaço, “pois o tempo não volta atrás”, para que os que tem mais idade consigam viver no nosso espaço e no nosso tempo.

Necessitam-se políticas concretas, sólidas e coerentes que promovam o envelhecimento ativo de forma continuada, uma vez que as medidas avulsas são de dúbia utilidade, pois esgotam-se no tempo para que os que ainda tem muito (tempo) para viver e acabam por cair no esquecimento.

É essencial que se desmistifique a ideia que o conceito de envelhecimento ativo está apenas ligado à atividade física, para além desta interessam a atividade cognitiva e a social, pois todos temos que nos sentir pertença da mesma sociedade e só com capacidade intelectual mantida podemos viver todos, novos e velhos, a uma mesma velocidade: a da sociedade do conhecimento e da informação.

Importa ainda que cada vez mais se pense o idoso como um todo e como um ser único, não promovendo atividades que possam funcionar inversamente, promovendo riscos desnecessários e, por outro lado, incluindo nas atividades não todos, porque todos tem mais idade e “por isso são iguais”, mas antes os que podem e querem participar.

O envelhecimento ativo de hoje tem que ser necessariamente saudável, consciente e bem-sucedido, mantendo papéis sociais e felicidade.

Envelhecer tem que ser um processo em que se acrescente vida aos anos e não apenas anos à vida. É este viver pleno que dá corpo ao processo e, se assim é, diria que para além de todas as definições, envelhecer ativamente não é mais que se sentir vivo.

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