Opinião – Arrancados os carris do Ramal da Lousã…

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Rita Rato

Rita Rato

O ministro Poiares Maduro afirmou recentemente que o projeto do Metro Mondego «não é minimamente sustentável» e que o Governo está a tratar de uma solução para o Ramal da Lousã. E foi logo avisando que não devem ser «criadas falsas expectativas como no passado». Que é como quem diz: não contem as populações com este Governo PSD/CDS para repor os carris da linha centenária que foi criminosamente destruída há cinco anos. Há um mês Pedro Passos Coelho já havia admitido que a solução para o Ramal da Lousã passaria por autocarros elétricos.
Recuemos um pouco nesta terrível história:
•Em 1992 foi extinto o transporte de mercadorias prejudicando objetivamente os interesses económicos da região;
•O Ramal da Lousã registava mais de um milhão de utentes por ano, numa região com mais de 50 mil habitantes que tinham ao seu dispor a ligação entre Serpins e a estação de Coimbra-Parque 17 vezes por dia, em pouco menos de uma hora;
•O PCP sempre se opôs à implementação da solução Metro Mondego no Ramal da Lousã, por não se adequar às características da linha e às necessidades dos utentes, visto que este ramal é uma linha de montanha e o metro ligeiro é um transporte urbano;
•O sistema Metro Mondego seria mais caro para os utentes, com menos velocidade de circulação, menos confortável (com menos lugares sentados), sem capacidade de transporte de mercadorias e sem ligação à rede ferroviária nacional.
Analisemos as consequências da liquidação desta linha centenária:
•O dia-a-dia das populações foi transformado num autêntico inferno, obrigando ao recurso a autocarros numa geografia de montanha e com prejuízo para a mobilidade na região e no acesso à cidade de Coimbra;
•Os interesses das populações e as necessidades de desenvolvimento do território foram liquidados;
•Os sucessivos governos PS, PSD e CDS enganaram as populações e os executivos autárquicos de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo, assinando de cruz a “morte do Ramal”.
Apresentemos soluções:
•Reposição dos carris, modernização e eletrificação do Ramal da Lousã;
•Devolução do Ramal da Lousã ao serviço público ferroviário mantendo a ligação à rede ferroviária nacional;
•Extinção da Sociedade Metro Mondego e devolução do património ao domínio público ferroviário e ao domínio municipal.
A defesa do Ramal da Lousã é uma luta das populações e de todos aqueles que não aceitam a destruição da região e do país. Certamente que somos mais do que aqueles que executam uma política de liquidação da ferrovia. Somos muitos para, com uma imensa confiança no futuro, lutarmos por um país mais justo.

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