Opinião – Coimbra no mercado das transferências

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Manuel Canelão

Manuel Canelão

Em Coimbra o mercado de transferências encerrou em alta. A Académica conseguiu o plantel mais internacional de que há memória e a autarquia de Coimbra seguiu-lhe os passos. Conseguiu legalizar entre 14 de agosto e 1 de setembro, pelo menos 6 adjuntos, 3 secretárias, 1 chefe de gabinete e 1 diretor municipal. Tendo-se seguido a rentrée de dezenas de okupas, que aguardavam desde outubro de 2013 pela expulsão das chefias instaladas na Câmara pelo poder anterior.
Nada de novo nesta dança de cadeiras. Segue de perto a versatilidade do mercado futebolístico até na sua internacionalização. É caso para dizer: -Agora é que vai! Com tanto nomeado a trabalhar (sem qualquer tipo de escrutínio concursal como acontece na administração central), Coimbra vai melhorar a sua posição produtiva, vai acolher nas suas empresas os jovens universitários que todos os anos são formados na sua Universidade e Ensino Superior Politécnico, vai ter menos pobres e as condições de acessibilidade da população sénior à cidade vão ser significativamente facilitadas…
Desenganem-se os esperançosos. Afinal grande parte dos laureados já estão na Câmara desde janeiro e os despachos de nomeação quase 1 ano depois da entrada em funções da autarquia apenas servem para legalizar o que já deveria ter sido feito. Atrasos e incompetentes decisões provavelmente norteadas por um propósito de tentar esconder da ribalta pública um excesso e desadequado centralismo de gestão, que está e vai continuar a definhar Coimbra no país e no mundo.
A mais novel cidade património mundial portuguesa tropeça permanentemente nos biscateiros da política. Só assim se compreende esta legalização forçada cuja imperícia alastra ao cancelamento de concursos públicos em espaços nobres da cidade, como o que aconteceu na Praça da República, ou que se aguarde pelo início do calendário escolar para dinamizar o novo modelo de trânsito entre a Ponte de Santa Clara e o Portugal dos Pequenitos.
A rentrée não é portadora de bons ventos. A cidade que tanto trabalho terá dado a D. Sesnando pode ficar esquecida mais uns tempos. Valha-nos as dinâmicas institucionais, como a do Museu Machado de Castro que trouxe para Coimbra mais um prémio de sucesso.

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