Estudantes de Coimbra criam teatro de rua sobre abandono escolar

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Foto de Carlos Jorge Monteiro

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Os estudantes aprovaram na quinta-feira à noite, na assembleia da Associação Académica de Coimbra (AAC), a criação de uma peça de teatro de rua sobre abandono escolar e rejeitaram uma proposta de manifestação local e nacional.

A proposta da direção-geral, intitulada “Coimbra tem menos encanto na hora da despedida”, consiste na criação de uma peça de teatro, “difundida em vários pontos da cidade” até novembro, e que pretende envolver os grupos de teatro da AAC, disse à agência Lusa Bruno Matias, presidente da direção-geral, sublinhando que esta é uma forma “de sensibilização que envolve estudantes e sociedade civil”.

Em assembleia magna, que terminou por volta das 03:30 de hoje, os estudantes aprovaram também, por larga maioria, a politização da Festa das Latas (no cortejo e no recinto), um levantamento dos problemas atuais dos estudantes e a criação de um ciclo de debates e formações e de um estudo para a alteração do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), entre outras propostas relativas à situação atual do Ensino Superior.

Questionado sobre se o levantamento de problemas é semelhante ao realizado em março, a nível nacional, Bruno Matias salientou que esta iniciativa desenvolvida agora é “diferente na maneira como é apresentada”, envolvendo “estudantes, mas também universidade e órgãos de faculdade”.

No final do levantamento, será realizado um diagnóstico e enviado ao Ministério da Educação e aos grupos parlamentares, juntamente “com soluções” para os problemas, referiu.

Contudo, na primeira assembleia magna realizada pela nova direção-geral, que tomou posse há cinco meses, ouviram-se algumas críticas quanto a esta iniciativa.

“Está na hora de acabar com o levantamento de problemas, que quem já cortou tanto no ensino superior sabe perfeitamente as consequências. Esta postura é hipócrita”, criticou Alma Rivera, estudante de direito.

Também a estudante Alexandra Correia protestou contra a insuficiência da medida, referindo que “espera-se que aconteça mais do que isto. Deveria fazer-se um levantamento sobre os levantamentos de problemas feitos nos últimos anos”.

A moção apresentada pelo estudante Jonas Van Vossole, da Faculdade de Economia, que propôs a mobilização de estudantes para uma manifestação em Coimbra e outra “nacional com as demais associações estudantis nacionais” foi rejeitada por 51 votos contra, 16 abstenções e 17 a favor.

Bruno Matias, que votou contra essa moção, sublinhou, em magna, que é necessário “credibilizar” primeiro a ação da AAC, “chamar a sociedade civil e depois pode abordar-se essa solução”.

“É um ponto muito triste. Um plano de mobilização faz parte da credibilidade de qualquer plano de luta. Isto é desastroso para a credibilidade da AAC e da sua luta”, criticou Jonas Van Vossole, durante a assembleia de estudantes.

Em magna, foram ainda aprovadas uma vigília de estudantes durante a reunião que a AAC vai realizar com o reitor da Universidade de Coimbra, a 23 de outubro, uma ação de protesto nas cantinas e uma recolha de assinaturas para que se inicie o processo de discussão na Assembleia da República sobre a criação da figura do “Jovem Investigador”, de forma a garantir “mais condições e mais proteção social para os investigadores bolseiros”, salientou Bruno Matias.

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