Manuel Alberto Afonso, 67 anos, não sabia que tinha um talento artístico. Descobriu-o em 2007, quando um problema de saúde o empurrou para a reforma por invalidez. Foi nessa altura que começou a interessar-se pelos bacalhoeiros figueirenses que fizeram história, em alguns casos marcada pela tragédia, dando origem a uma coleção de miniaturas, feitas à escala e com a minúcia que só está ao alcance das mãos treinadas de um artista com paciência do tamanho do mar.
O “João Costa” foi “um dos bacalhoeiros míticos” da Figueira da Foz. Naufragou na sequência de um incêndio, em 1952, a 60 milhas dos Açores, e os tripulantes foram resgatados por um barco alemão. Com ele, afundou-se, também, o Banco Costa, que havia financiado a construção do navio. Manuel Afonso conhece bem a história deste e de todas as embarcações que miniaturiza.
Versão completa na edição impressa