Helena Saldanha: um olhar (também) clínico sobre a arte

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HELENA SALDANHA LC  (16)

É uma mulher reali­zada e feliz e isso percebe-se logo no início da conversa. Médica, professora e inves­tigadora com obra feita e reconhecida sobretudo no campo da nutrição, Helena Saldanha foi pioneira no derrubar de umas quantas barreiras para as mulheres em Portugal. Há três anos, quando decidiu “descansar” de uma carreira já longa e in­tensa, deu largas à sua outra paixão de sempre: foi estu­dar História da Arte.

Mas, também entre as grandes obras de arte, da pré-história aos clássicos, passando pela contempora­neidade, foi-lhe “impossível” dispensar o olhar clínico. De­cidiu então avançar para o estudo, também ele pionei­ro, do cancro da mama re­presentado na arte ao longo dos séculos. Porque, afirma, “é impossível não ver” e em obras que vão de Picasso a Rafael.

Este interesse e o estudo que se seguiu, levaram o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa contra o Cancro a convidar Helena Saldanha para apresentar este sábado, às 18H00, no Museu Machado de Castro – numa sessão destinada a “Celebrar a Mulher” –, “A arte e o can­cro da mama”.

Ao DIÁRIO AS BEIRAS, a especialista explicou que tentará “fazer a história do cancro da mama” basean­do-se sempre na arte, da pré-história passando pelo Egito e pelos clássicos, até à simbologia moderna.

E lá surge de novo. inevitá­vel, a veia clínica e o chama­mento da especialidade de Helena Saldanha. “A mulher com cancro da mama tem de fazer uma alimentação rica em anticarcinogéneos – uvas, tomate maduro, la­ranja, cenoura, pão escuro –, porque assim torna mais efi­caz a terapêutica (10 a 30 por cento), mas deve também, como promove a Liga contra o Cancro na região Centro, a ocupação pelas artes das mulheres em terapia”.

Isto é fundamental por­que, evitando pensar sobre os seus problemas graves de saúde e, muitas vezes, so­bre a morte, há a libertação de endorfinas, substâncias com um mecanismo similar à morfina, que estimulam o bem estar, mas também o sistema imunossupressor, o que melhora a eficácia da terapêutica. O mais que se segue, é para ouvir de viva voz.

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