O centro cívico, que no sábado foi inaugurado no centro histórico de Leiria, vai acolher duas instituições sem fins lucrativos, garantindo um diálogo intergeracional.
No centro cívico vão coabitar a Sempreaudaz – Associação Cultural e a Associação Fazer Avançar, que têm como objetivos a promoção e participação em ações conjuntas de natureza cultural, formativa e recreativa destinada ao público em geral e, em especial, à população infantil, juvenil e idosa.
Situado ao lado da casa onde Eça de Queiroz escreveu o livro “O Crime do Padre Amaro”, no centro histórico de Leiria, a construção do edifício com o nome Praça Eça de Queiroz, é uma homenagem ao escritor.
Ao longo do centro cívico é possível ler o percurso de vida de Eça de Queiroz e ler algumas das suas passagens do livro, ajudando a interpretar a sua presença em Leiria. As salas foram também batizadas com o nome do escritor.
Num protocolo com a Fundação Eça de Queiroz, o espaço irá contar com a venda de produtos alusivos ao escritor.
À margem do evento, a administradora da Fundação Eça de Queiroz, Mariana Eça de Queiroz, considerou a homenagem “justa”.
“Apesar do Eça não ser propriamente um fã de Leiria, porque era muito urbano, foi aqui que escreveu o seu primeiro romance realista”, acrescentou a também bisneta do escritor.
Mariana Eça de Queiroz afirmou que se sente “sempre muito orgulhosa” quando vê que “Eça continua a ser atual e a ter fãs” e defendeu ainda a requalificação da casa do escritor.
O vereador da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, admitiu que “quando a situação económica e financeira da autarquia melhorar”, possa vir a ser recuperado o edifício onde viveu o escritor e a interagir com o centro cívico.
“Leiria faz, assim, as ‘pazes’ com o escritor e utiliza o “O Crime do Padre Amaro” para atrair pessoas à cidade”, salientou o vereador, referindo que a obra teve um custo de “aproximadamente” 900 mil euros, tendo o município gasto 140 mil euros. O restante valor foi pago por “fundos comunitários e orçamento geral do Estado”.
O edifício tem a assinatura do arquiteto Gonçalo Byrne, que adiantou ter sido um projeto fácil de criar. “Nem todos os projetos têm um caminho óbvio. Mas, lembro-me perfeitamente do dia em que visitei o terreno e de ver a imagem do castelo. Pensei logo: o castelo tem de fazer parte deste projeto.”
O arquiteto idealizou um edifício onde o castelo é refletido nos vidros espelhados. “Se estivesse aqui um edifício muito grande, ninguém daria pelo castelo. Era um dado fundamental, criar o grande envidraçado, que funciona como um espelho.”
(Texto: Agência Lusa)