Tão fundamental como a bicicleta, o equipamento ou a tática, a água e a hidratação são dos segredos mais bem guardados de quem quer ganhar, ou não perder, a Volta a Portugal em bicicleta.
Elemento omnipresente mal o pelotão começa a rolar nas estradas da Volta a Portugal, a água apresenta-se nas suas mais diversas formas: como hidratante, na sua forma natural ou na forma de componente de sumos e bebidas energéticas, como sistema de refrigeração quando o calor aperta ou simplesmente como resultado do esforço da corrida.
Na luta desigual com o esforço e o calor, vale tudo: atirar bidões inteiros pela cabeça abaixo, encher os “cantis” pessoais com oferendas de outros, fazer malabarismos para receber o precioso líquido do carro de apoio e recorrer a colegas para cumprir a função de aguadeiros – e, por que não, de equilibristas tal é o número de bidões que levam enfiados, contra o corpo, na camisola.
Trinta graus à sombra e o pelotão passa por um amontoado de gente. Voluntariosos, os fiéis seguidores da caravana, pegam numa mangueira, aguardam pacientemente e, sem gritar, “água vai”, molham os ciclistas.
A mangueirada velocipédica não é uma ciência, mas quase, porque exige precisão e uma técnica apurada para refrear o impulso da água.
A ajuda do público não acaba aí. Há quem corra metros e metros para oferecer uma garrafa de água, recebida como uma benesse por quem a acolhe, há quem queira ser assistente improvisado, semelhante aos representantes das equipas plantados na zona de abastecimento ou no final de cada etapa.