Recessão de 3,2% este ano e 0,9% em 2013 empurra défice de 2012 e 2013 para 4,6% e 3,5%

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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) espera que a economia portuguesa esteja em recessão este ano e no próximo e que o défice seja superior ao previsto no programa de ajustamento em 2012 e 2013.

No Relatório sobre a Economia Portuguesa 2012, hoje divulgado, a organização mostra-se como a mais pessimista entre todas as organizações, apontando para uma quebra de 3,2 por cento do Produto Interno Bruto este ano e de 0,9 por cento no próximo.

Nos últimos relatórios atualizados da ‘troika’ as revisões para o crescimento da economia foram em alta, baixando a previsão de recessão de 3,3 para 3 por cento, com Governo e ‘troika’ a apontarem para um crescimento marginal em 2013 e o Banco de Portugal para uma estagnação.

No entanto, como explicaram à Lusa os técnicos responsáveis pela elaboração do estudo, o valor da recessão prevista para este ano (3,2 por cento) é apenas marginalmente superior e deve-se a diferenças de cálculo, com a OCDE a esperar valores mais negativos para o consumo privado que a ‘troika’ (-6,8 por cento contra -6 por cento, respetivamente) este ano.

As projeções ainda foram construídas tendo em conta a existência do corte nos subsídios de férias e de natal dos funcionários públicos e pensionistas, uma vez que a decisão do Tribunal Constitucional só foi revelada já depois de fechado o relatório.

Os valores mais negativos que a organização projeta para o PIB, especialmente em 2013, acabam por ter influência na expectativa para o saldo orçamental esperado no final do ano.

Os economistas da OCDE esperam, assim, um défice de 4,6 por cento este ano, quando Portugal tem de cumprir o objetivo de défice máximo de 4,5 por cento (embora a contabilidade seja diferente para efeitos de programa), com a maior diferença a verificar-se no saldo esperado para 2013, ano em que a OCDE espera um défice final de 3,5 por cento, meio ponto percentual do PIB acima da meta.

As diferenças, explicaram os técnicos à Lusa, prende-se não com as medidas em si mas sim com as perspetivas de crescimento da OCDE para Portugal, que no caso do próximo ano são especialmente mais negativas, lembrando que, em caso de nova queda, as receitas fiscais seguem normalmente o mesmo caminho.

 

(Texto: Agência Lusa)

 

 

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