18 anos: Património

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A cidade de Coimbra viu mudar, em muito, o seu fácies, desde o dia em que o jornal As Beiras nasceu, já lá vão dezoito anos. Nessa alteração da sua cara e nesse estender da malha urbana, para além dos limites de 1994, muito de novo se fez, e alguma coisa de antigo se alterou; nuns casos bem e noutros mal. O Património Artístico conimbricense é razoavelmente rico a nível peninsular, e mais ainda nacional, com obras singulares, de entre as quais se destaca o núcleo antigo da Universidade e os edifícios resultantes da Reforma Pombalina, além de outros, como as duas sés, o seminário maior e sobretudo o conjunto monástico de Santa Cruz. Foram meritórias as intervenções em todos estes monumentos, como ainda mais o processo de Santa Clara-a-Antiga, que depois de algumas peripécias pouco edificantes, arrancou, para se transformar num elemento âncora do acervo patrimonial da cidade. Na Alta, edifícios universitários foram reabilitados, embora nalguns casos a lentidão seja terrível; veja-se o colégio da Santíssima Trindade. Também aí o Museu Nacional de Machado de Castro foi intervencionado, mas o nosso desacordo é total, pois rompeu-se a coesão da malha urbana com uma obra com uma volumetria exagerada e com um desenho (com méritos em si mesmo) que era de todo desaconselhado. Ali, podia ter ficado o Museu de Arqueologia e o museu nacional crescer, como esteve previsto, há trinta anos, para Santa Clara-a-Nova ou para o Real Colégio das Artes. Saliente-se a recuperação de parte da muralha medieval e a criação de um centro interpretativo na Torre de Almedina, e trabalhos importantes em imóveis com enorme impacto, como é o caso de São Francisco da Ponte. No entanto, a abertura da chamada Avenida Central, para a passagem do (felizmente) nado-morto metro, foi um crime sem perdão. Os interesses económicos falaram mais alto, pois é mais barato deitar abaixo e receber as indeminizações do que reabilitar. Mas fez-se reabilitação urbana, e boa, em muitas casas da Alta e da Bai xa.

 

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