Jerónimo de Sousa critica “derrota antecipada” do Governo quanto à PAC

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Foto DR

O Governo português admitiu a derrota antecipada” de Portugal nas negociações da PAC (Política Agrícola Comum), “ao afirmar que já não era mau se Portugal não perdesse”, acusou, em Coimbra, Jerónimo de Sousa.

“Através do ministro da tutela”, o Governo “admitiu a derrota antecipada” nas negociações da reforma da PAC, ao considerar que “já não era mau se Portugal não perdesse” em relação à atual política da União Europeia para o setor, disse o líder do PCP, que falava na sessão de encerramento de um encontro de comunistas sobre “a agricultura familiar e o mundo rural”, que decorreu hoje em Coimbra.

“Portugal parte para estas negociações” numa situação em que já “perdeu sucessivamente apoios, regras e espaço”, sublinhou Jerónimo de Sousa, afirmando que “os documentos que dão suporte” à reforma da PAC vão “no sentido de manter as linhas essenciais da política errada” que levou ao atual estado da agricultura em Portugal.

“Talvez se possa dizer que esta reforma da PAC é um pouco como a pescada – antes de ser já o era”, ironizou.

Mas se aquilo que pensam o Governo e o PS em relação a este assunto já é conhecido, “qual é a posição do PSD e do CDS?”, questionou Jerónimo de Sousa.

É certo, reconheceu o secretário-geral do PCP, que “a maioria dos pequenos agricultores, particularmente na altura do voto, andam entre Pedro e Paulo, mas estão sempre a ver a sua vida a andar para trás, a sua vida transformada num calvário”, sustentou.

Os pequenos agricultores, que “sentem na vida os resultados de uma política [agrícola] concreta devem exigir” aos partidos que digam em lado estão, exortou o líder comunista, considerando que “não basta dizer que estão com os agricultores” e que “têm muita pena” deles.

“É na definição de políticas” que se vê quem “está contra ou quem está a favor da pequena agricultura”, acrescentou.

“Registando o silêncio dos outros partidos políticos”, o PCP quer que a reforma da PAC garanta “a soberania nacional alimentar de cada país e de cada povo”.

A PAC também deve “garantir preços justos à produção” e “abandonar a lógica da liberalização de mercado e da competitividade”, sustentou o líder dos comunistas, salientando que, além da sua importância económica, a agricultura também “cumpre uma função social indispensável”´.

Recusando “a teoria dos que querem agora renegociar os custos da política comum”, Jerónimo de Sousa considerou ainda “indispensável” que a PAC passe a fazer “uma distribuição justa de apoios aos países, produções e produtores”, de acordo com as “especificidades da cada país e de cada povo”.

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