D. Ximenes Belo festejou 63 anos em Coimbra

Spread the love

DR

A exploração de petróleo em Timor permite que se vão fazendo “pontes, estradas e escolas, mas ainda vai levar muito tempo para que as pessoas possam ter uma vida digna”, disse, em Coimbra, D. Ximenes Belo.

Mas “leva tempo a construção de um país”, reconheceu o Nobel da Paz e antigo bispo de Díli, sublinhando que “Portugal já tem mais de 800 anos e nem tudo são rosas”.

D. Ximenes Belo respondeu, na tarde de quinta-feira, em Coimbra, no pavilhão desportivo da Escola Básica Inês de Castro, a perguntas dos alunos do 1.º ciclo da Escola de Almas de Feire, numa sessão promovida pela associação de pais deste estabelecimento de ensino.

“Que pergunta tão difícil!”, exclamou o antigo administrador apostólico de Díli quando Sofia, aluna do terceiro ano de escolaridade, o questionou sobre o facto de existir “petróleo em Timor”, mas “as pessoas continuarem tão pobres”.

O petróleo “está a ser explorado”, mas “nós [timorenses] não temos técnicos e são outros países” que o extraem, recordou D. Ximenes Belo, adiantando que, no entanto, sempre “vai entrando algum dinheiro, que é aproveitado para fazer pontes, estradas e escolas”.

Contudo, “ainda vai levar muito tempo para que as pessoas possam ter uma vida digna” em Timor-Leste, advertiu.

Sobre o relacionamento entre religiões o bispo, distinguido com o Nobel da Paz em 1996, defendeu que “temos de viver com todas as pessoas do mundo”, sejam, “muçulmanas, budistas, protestantes, católicas” ou “não tenham religião” ou “não acreditem em Deus”.

Independentemente da “religião, da cultura, da cor, todos são pessoas” e “devem ser respeitados e amados”, defendeu o antigo bispo de Díli, apelando ao “estudo das religiões e das culturas”, para “conhecermos os outros povos” e, assim, ser possível “o diálogo e o encontro entre todos, entre os povos”.

Depois de, durante cerca de meia hora, ter respondido às mais diferentes questões, Ximenes Belo foi surpreendido pelos alunos, pais, professores e funcionários da Escola de Almas de Freire, que lhes cantaram “os parabéns” e lhe ofereceram um bolo de aniversário, pois o Nobel da Paz completou quinta-feira 63 anos de idade.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.