“Oportunidade única de reativar ligação à cidade”

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Foto de Luís Carregã

Há 28 anos, José Alberto Costa estava do outro lado da barricada. O agora treinador-adjunto da Académica já tinha jogado em Coimbra, mas estava, em 1982/1983 no FC Porto. Nas Antas, o “dragão” venceu 9-1, mas a realidade agora é outra. “A diferença nessa altura era abismal, não só pela equipa da Académica, mas pelo valor do FC Porto, o que se traduziu no resultado… o que não corresponde em nada a esta meia-final”. Costa diz que, nesta altura, “entre a Académica e o V. Guimarães não há diferença e queremos demonstrar esse equilíbrio. A eliminatória a duas mãos também ajuda a equilibrar”.

Ainda sobre a meia-final de 1983, Costa recorda o discurso do treinador da Académica, depois da derrota pesada. “Assim que acabou o jogo, o Mário Wilson quis desvalorizar o resultado, para levantar a moral da equipa e disse que não estava completamente descontente, apesar dos 9-1, porque tinha conseguido evitar que o FC Porto tivesse chegado aos 10”, lembra.

Para José Alberto Costa, mística e Académica são inseparáveis de Taça de Portugal. “Comecei a jogar na Académica depois da crise académica de 1969, com toda a carga emocional que teve essa final, que a Briosa perdeu com o Benfica. Acho que a final da Taça, para a Académica tem um simbolismo enorme. Temos de lembrar a final de 1939, que a Académica venceu, e também a de 1969, que teve grande simbolismo”.

Mais uma vez, são bem diferentes as realidades, mas o treinador-adjunto da Académica acredita que “alguns jogadores conhecem de certeza” o simbolismo dessas taças. “Já foram comigo à antiga sede da Académica, onde esses registos estão evidenciados. Poderão não dar a importância que nós davamos, mas conhecem. A minha função também pode ser ajudá-los a conhecer”, explica.

Projetar a final na mente dos jogadores

“O caminho do sonho que a Mancha Negra recorda e nos quis deixar na Academia tem a ver com um dos aspetos do treino que é a visualização. Os americanos usam muito isso em termos psicológicos. A ideia é os jogadores projetarem-se na final”, explica Costa.

O técnico não tem dúvidas que vai ser difícil chegar ao Jamor, mas diz que era importante “criar uma ligação muito maior com a cidade, com as forças vidas e com todas as pessoas influentes do país e da região”.

Esta é “uma oportunidade unica que não se repete facilmente de reativar fortemente toda essa cultura e ligação de todas as pessoas à academia e Coimbra”. Com a consciência disso, José Alberto Costa garante que equipa técnica, jogadores e direção vão “fazer tudo para não desperdiçar esta oportunidade, porque era o catapultar ou reativar de sentimentos e emoções que muita gente sentiria vontade em extravasar”.

Veja mais na edição impressa do DIÁRIO AS BEIRAS desta quinta-feira, dia 03 de fevereiro de 2011

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