Cavaco Silva foi ontem (23) reeleito Presidente da República, conseguindo 52,91 por cento dos votos e vencendo em todos os distritos e nos Açores e na Madeira. No discurso da vitória, Cavaco Silva considerou que a sua reeleição foi “também a vitória da verdade sobre a calúnia”, de que diz ter sido alvo por parte dos seus adversários durante a campanha.
“Foi o povo que, democraticamente, os derrotou. Uma vez mais, o povo português não se deixou enganar”, acrescentou o candidato presidencial apoiado por PSD, CDS-PP e MEP. “Foram cinco contra um”, frisou.
Cavaco Silva, que baixou o número de votos nesta eleição mas viu aumentar a percentagem, garantiu que, pelo contrário, nunca recorreu “a ataques e insultos de natureza pessoal”, respeitando sempre os seus adversários e não se deixando “arrastar para uma linguagem imprópria de um candidato à Presidência da República”.
“Nesta eleição há vencedores e há derrotados. Venceram os que acreditam em Portugal, os que têm a coragem da esperança, venceram os que estão na vida pública com uma atitude construtiva, os que fizeram uma campanha com ideias, com projetos, a pensar nos portugueses. Nesta eleição há vencidos: são aqueles políticos e os seus agentes que preferem o caminho da mentira, das calúnias, dos ataques sem sentido ao debate de ideias sobre o futuro de Portugal”, reforçou Cavaco Silva.
Para o futuro breve fica a incógnita das relações entre a Presidência e o Governo. Já ontem José Sócrates prometeu uma “relação leal”.
O derrotado das eleições, Manuel Alegre assumiu ontem, pessoalmente, o desaire eleitoral, garantindo que a derrota é sua e não “daqueles que o apoiaram”, rejeitando qualquer responsabilidade do PS e recordando que “todos os candidatos”, a começar por Cavaco, tiveram menos votos.
Satisfeita com os resultados estava ontem a candidatura de Fernando Nobre. O candidato presidencial afirmou que vai estar “atento” ao país, reagindo sempre que for necessário, mas excluiu definitivamente a criação de qualquer movimento político. Mas prometeu estar “sempre atento ao evoluir e às necessidades do país e reagirei sempre que eu entender reagir e da maneira que entender”. Sobre uma eventual recandida-tura em 2016, Fernando Nobre manteve que “o futuro a Deus pertence”, mas garantiu que vai “refletir e pensar”.
Também Francisco Lopes, candidato apoiado pela CDU, que viu reduzido o número de votos em relação ao candidato comunista de há cinco anos, rejeitou comparações, afirmando que “cada eleição é uma eleição e é realizada num contexto concreto”.
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