Situações de desemprego, a que acrescem diferentes casos de quebra de rendimentos do trabalho (referentes a horas extraordinárias ou part-times), são as duas principais razões do sobreendividamento das famílias. Os mais recentes dados da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor – revelam que este tipo de relatos representa metade dos pedidos de ajuda.

Seguem-se as situações de baixa médica prolongada (em que o valor da prestação paga pela Segurança Social não é suficiente para fazer frente aos compromissos), que representam 19 por cento, e 13 por cento de situações de divórcio/separação.

Só em Agosto último deram entrada 217 processos de ajuda nas seis delegações da Deco a nível nacional, 15 dos quais em Coimbra. O número de famílias sobreendividadas está a aumentar de ano para ano desde 2000, quando a Deco registou apenas 152 pedidos de auxílio. Em 2009 este número tinha sido multiplicado por 20 (2.812 processos), enquanto este ano já vai em mais de dois mil, e ainda falta um trimestre para fechar o ano.

São números que se referem apenas a processos em acompanhamento, o que não dá a ideia global do fenómeno. Na realidade, o total de pedidos de esclarecimento de famílias em dificuldades que chegaram à Deco em 2009 foram muitos mais (16.726), mas só cerca de 15 por cento tiveram seguimento.

Este fenómeno diz respeito a consumidores que “estão de boa-fé e com manifesta impossibilidade de fazer face ao conjunto de dívidas não profissionais”, esclarece Carolina Silva, responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado. Ou seja, ficam de fora as dívidas contraídas no exercício de uma atividade profissional liberal, bem como aquelas que já originaram processos judiciais.

Leia a reportagem completa na edição impressa de terça-feira, dia 28.