Greve dos enfermeiros deixa cirurgias e consultas por realizar no IPO de Coimbra

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As consultas externas e as cirurgias programadas foram as áreas mais afetadas pela greve dos enfermeiros no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, esta sexta-feira, nos turnos da manhã e da tarde, que registaram uma paralisação de 90% e 95%, num universo de 90 e 22 profissionais em escala, respetivamente. Em resultado, sete cirurgias programadas – as chamadas grandes cirurgias – ficaram ontem por realizar.

Os números da greve, que levaram ainda a que tenham ficado quase meia centena de consultas externas por realizar, foram ontem adiantados ao DIÁRIO AS BEIRAS por Ricardo Dias, profissional no IPO de Coimbra e representante do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

A paralisação, recorde-se, foi convocada para reivindicar o cumprimento das regras estabelecidas no Orçamento do Estado de  2018 para a progressão na carreira, que, sublinha Ricardo Dias, “a administração não está a cumprir”, a que se soma a necessidade de contratar pelo menos 14 novos enfermeiros a juntar ao quadro atual de 260 profissionais. Só assim, assegura, “a instituição fica com rácios bem dotados”.

No que respeita à progressão na carreira, Ricardo Dias afirma que o IPO “não está a cumprir a lei ao não contabilizar tempo de serviço efetivo que os enfermeiros possuem para a colocação no devido escalão remuneratório”. Dos 260 enfermeiros do IPO, destaca, “cerca 148 não têm a contagem correta do tempo de serviço.

No caso de a administração do IPO de Coimbra não se mostrar disponível para encontrar a solução para estas questões, que, reconhece, “têm implicação direta na qualidade dos cuidados”, o SEP está disposto a avançar para “outras formas de luta”.

O facto é que, ontem, as consultas externas e o bloco operatório estiveram sem atividade, com os enfermeiros “a assegurarem apenas os exames de urgência e os meios de diagnóstico complementares absolutamente necessários”, disse Ricardo Dias.

Fazendo questão de esclarecer a “diferença” entre o número de profissionais em escala nos períodos da manhã e da tarde – de 90 para 22 –, que fica a dever-se ao facto de, no IPO, as consultas e as cirurgias serem realizadas até cerca das 16H00, com a tarde ocupada sobretudo nos internamentos, Ricardo Dias destacou depois a “adesão expressiva” dos enfermeiros à paralisação.

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