Opinião: Vitórias e derrotas

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Daniel Santos

 

 

A propósito do comportamento dos eleitores em eleições autárquicas tive a oportunidade de conferir uma dissertação de mestrado, apresentada a uma universidade portuguesa, onde são dissecados os vários aspetos que, em teoria, influenciam a sua decisão. A abordagem seleciona vários modelos, amplamente estudados, que analisam os fatores sociológicos, ou seja a influência exercida pelo espaço social em que cada um se move, os aspetos sociopsicológicos que radicam no processo de socialização primária, estável e duradoura, e ainda o modelo económico ou da escolha racional que conduz a uma preferência de acordo com a probabilidade de o eleitor obter melhores ganhos.

Refletindo sobre esta sintética abordagem somos ajudados a compreender as razões em que radicam os números da abstenção, as votações fixas e imutáveis e a constante migração da vontade do grupo que determina afinal o resultado das eleições.

Não poderá nunca ninguém arrogar-se o direito de por em causa os resultados de eleições com base no comportamento dos eleitores porque, ao fazê-lo, estaria a imaginar condicionar à sua própria vontade, aquilo que gostaria que acontecesse.

Já porém a interpretação dos resultados das eleições segundo a perspetiva da vitória ou da derrota dos candidatos conduz a ideia minimalista. Uma eleição não é um jogo de futebol, pese embora o comportamento das claques. Aqui a população deveria ganhar sempre, o que, afinal, nem sempre acontece.

 

 

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