Nuno Lopes, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF), quer as médias superfícies no centro da cidade
Como é que a ACIFF encara a abertura de novas médias superfícies comerciais na cidade?
A ACIFF considera que é bem-vinda a abertura de espaços comerciais, mas com uma grande ressalva: haver controlo da entrada, não abrirem na quantidade desmesurada que está a suceder e abrirem na Baixa da cidade.
Por que é que a ACIFF se tem recolhido no silêncio?
A ACIFF teve um papel interventivo em demover a abertura destes espaços comerciais. Num decreto-lei de 2004, era tomada em consideração. [Entretanto], foram extintas as comissões distrital e municipal e deixou de ser necessário o parecer da ACIFF. Atualmente, a câmara tem a liberdade de aprovar a abertura, mas, no nosso entender, seria importante haver uma conversação, uma parceria, para delinearmos uma estratégia conjunta.
A lei não impede que a autarquia dialogue com a ACIFF. Tem havido diálogo?
No mandato atual, não.
Se as lojas que estão a abrir não existissem, os figueirenses teriam de ir a outros sítios. Isso não seria pior para a cidade?
Sem dúvida. Por isso, a ACIFF diz que esses espaços são bem-vindos; devemos é conversar com eles, reunir sinergias, proporcionar-lhes vantagens, mas que se localizem nos centros urbanos, para que todos possamos beneficiar.
A requalificação das praças da Baixa serão a última oportunidade para a revitalização do comércio tradicional?
Quero ser otimista e acreditar que nunca será a última. É importante, é bem-vinda, mas não vai ser suficiente. O facto das praças estarem revitalizadas e bonitas é interessante, mas têm de ser reunidas condições para atrair fluxo de pessoas que queiram habitar essas zonas e que os privados queiram investir. Depois, uma coisa vai atrair a outra. | Jot’Alves