Luís Santarino

Ainda a viver o sonho das SMS da CGD, e a disputa de Centeno/oposição com o Costa a ajudar, e ainda, não sonhando com a estória dos 10 mil milhões – que carroça de caroço! – eis que surge o “contabilista”, sem ofensa para os Contabilistas, a debitar um palavreado de baixo jaez.
Já não seria bonito o que ditou para outrem escrever, mesmo nada, mas ainda tenta bater em quem já está, ou estaria, quase de rastos! Quase, digo bem, porque pode não chegar a esse limite se a justiça empancar nalgum obstáculo.
A prosa, manhosa e pouco consistente, não está de acordo com a tradição ética da política. Nós, aquela gente mais ou menos anónima da política que, já moscambilhou que chegasse, sabe que vai connosco para a cova o que fizemos e dissemos uns aos outros e uns dos outros.
Nada que todos não saibamos.
Olhando ao meu redor, enxergo gente que fala dos políticos como uma fauna de vigaristas – confesso que alguns serão e eu conheço-os! – mas que, quando a “vida aperta” e o poder está ali, mesmo à mão, se comportam muito pior!
Voltando ao que aqui me trouxe, e sem descurar aquilo que conheço, é pena que gente boa como nós, olhe para aquele cidadão, o do livro, e não tenha por ele o mínimo de respeito e consideração. Postura medíocre, tão medíocre como o seu reinado!
Vivemos muitos anos sob a sua dependência em maioria absoluta. Fez o que quis e o que bem lhe apeteceu, comprometendo até o nosso futuro colectivo. Lembro-me bem da forma como prejudicou Coimbra e a região centro, procurando investir o dinheiro de outrem a seu bel prazer sem passar “cavaco a ninguém”! Era necessário, ir pedir “alguma coisinha” de chapéu na mão, como um qualquer ser sem eira nem beira. Era a mediocridade levada ao extremo, a ditadura do consenso!
Veio-se a perceber o quão mal fez ao País, mas, como os portugueses gostam de “levar no cachaço”, deram-lhe mais uma carapuçada de anos para passear a sua conduta irresponsável.
Foram vinte anos de delírio.
Porque não se investiga agora esse período? Porque está a justiça tão calada com os fortes, se é tão forte com os fracos? Não haverá nada a apontar? Nem aquela “coisa” de uns levantamentos de caroço dias antes do BPN ter ido para o tubo?
A sua governação foi um desastre. Quem não se lembra da obrigatoriedade de “abater” barcos de pesca? Todos. Mas lembramo-nos também de o ouvir dizer, agora, que Portugal deveria investir na economia do mar. Parece-me que não sabe o que diz, mas, como dizia o outro, “pobre de quem as ouve, que quem as diz fica aliviado”!
No seu tempo foi um oásis…viu-se, viu-se!
Mesmo que não se goste, ou gostasse, tenho de estar solidário com José Sócrates e Mário Soares. Se um não conseguiu conhecer… do outro nem faz ideia!
Já saberá que “Os Lusíadas” têm X ( 10 ) cantos?
Esperemos que acabe por aqui a brincadeira dos escribas.