Opinião – Um fóssil extraordinário

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Rui Curado Silva

Rui Curado Silva

Há muito, muito tempo, quando estavam a surgir na Terra as primeiras algas e os primeiros seres pluricelulares complexos, nos confins do Universo dois buracos negros massivos giravam um em torno do outro, aproximando-se vertiginosamente numa dança em espiral.

Quando se deu o encontro dos dois corpos, há cerca de 1300 milhões de anos, gerou-se uma fortíssima deformação no espaço-tempo que se propagou através do Universo na forma de ondas gravitacionais.

Entretanto, a vida evoluiu no planeta Terra, a vida animal saiu dos oceanos e começou a povoar os continentes, apareceram e desapareceram os dinossauros, os mamíferos afirmaram-se no reino animal e não tardaram a aparecer os primeiros hominídeos, dos quais se viria a destacar o homo sapiens há cerca de 200 mil anos.

Em 1879, Albert Einstein nascia em Ulm. Há 100 anos, o mesmo Einstein antecipava que objectos massivos em certas condições poderiam gerar ondas gravitacionais intensas.

No passado mês de setembro, as ondas gravitacionais geradas pelos dois buracos negros referidos atravessaram o nosso planeta produzindo um sinal suficientemente forte para ser detetado pelos braços de 4 km da experiência LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) nos EUA. Após cinco meses de cálculos anunciou-se a deteção das ondas.

Esta é apenas uma das inúmeras histórias extraordinárias que o Universo tem para nos contar.

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