Opinião – Um país sem razões para estar feliz

Posted by
Spread the love

LUIS SANTARINOLuís Santarino

Vivemos tempos conturbados. Mesmo aqueles a quem devotámos a nossa confiança, hoje aparecem aos nossos olhos como seres menores. Tudo na vida é assim. Tudo se transforma. Umas vezes de acordo com o nosso desejo. Outras não, seguramente! A vida obriga-nos a avaliação constante. O que “hoje é verdade amanhã é mentira”, já faz parte do quotidiano. Infelizmente! A palavra amizade não era um lugar comum. Deu origem, por múltiplos factores societários, a uma desconfiança alimentada pelo medo instalado na sociedade portuguesa.

O medo, do ou dos governos que atentam contra o bem-estar; dos partidos políticos que promovem uma “seita imensa” de incompetentes, arrogantes e aldrabões, diria mesmo, “vigaristas encartados”; de empresários que a cada momento tentam explorar os seus mais fieis e competentes trabalhadores; de “dirigentes sociais” que usam de chantagem emocional e física para controlar crianças e idosos; que os nossos filhos sejam preteridos num qualquer concurso público e que o futuro passe pela desregulação da família, até aí una e indivisível; de ver os nossos amigos em dificuldades sem que nos seja possível “deitar a mão”; de ver o desemprego e a miséria a aumentar com a ajuda a tardar; de assistir a uma sociedade a caminhar para a sua destruição moral e ética; de ver crianças subnutridas, por efeito de governações manhosas, que chegam à escola sem alimentação suficiente; de ver professores a ser agredidos por gente sem escrúpulos; de ver a justiça a “assobiar para o lado” quando ela própria é a última defesa do cidadão; enfim, de continuar a ver o País a ser dominado e domesticado por uma “carrada imensa” de inuteis que ao País têm dado nada a troco de muito!

Quando eu abrir uma “loja de inutilidades” alguns irão directamente para a montra!

Vivemos. Melhor. Vamos respirando, enquanto o mundo – o mundo que nos querem vender como bom mas que está já demasiado viciado – nos permitir que o façamos.

Estamos numa época de olhar para a frente. Ser decididos. Ser audazes. Não nos deixarmos vencer. Trabalhar cada vez mais afincadamente para afastar da “nossa beira” quem nos quer mal, porque incapazes de fazer melhor. Desafio a que sejam determinados, que não teimosos, porque na política como na vida os teimosos perdem sempre! AH…e os aldrabões também. É só preciso dar-lhes tempo. A sua ambição desmedida tratar-lhes-á da saúde! O País empobrece a cada dia que passa. Economicamente é à vista desarmada.

Mas a minha grande preocupação é a quantidade de jovens que vai trabalhar “para onde quer que seja”, muitas vezes a troco de quase nada e por uma questão de sobrevivência. Sofrem eles e sofrem as famílias, porque “os dedos se lhes não tocam”! Mais “os outros”, que querem acabar os seus cursos ou entrar no ensino superior, mas que lhes é vedado o seu desejo porque o dinheiro não abunda. Não temos razão para estarmos felizes. Temos razões, de sobra, para estarmos muito preocupados. Nós que fomos até há pouco tempo, a maior potência colonial do mundo!

Unicamente os bons cidadãos podem reivindicar com justiça os benefícios de um bom governo – António Sérgio

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.