18 anos: Cultura

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 Abílio Hernandez Cardoso

Fizeram-se de muitos pontos fortes e de uns quantos mais fracos os últimos 18 anos de cultura em Coimbra. E, contra a opinião de muitos, para mim, o momento mais alto viveu-se na Capital da Cultura 2003, antecedida pela Capital do Teatro, em 1992, que esteve na origem da Escola da Noite.

Depois, há uma série de acontecimentos fundamentais: o renascimento do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha; a centralidade que as artes vão progressivamente ganhando na Universidade de Coimbra (UC) – a licenciatura em Estudos Artísticos e o Colégio das Artes, com o doutoramento em Arte Contemporânea e a galeria de exposições; o Festival das Artes.

E o Teatrão na Oficina Municipal do Teatro, a qualidade em que continua a apostar a Escola da Noite, agora no Teatro da Cerca; a exigência com que o CAV continua a trabalhar; a saída do CAPC de uma certa fase de “clandestinidade”; o Conservatório de Música de Coimbra nas suas novas instalações; a sobrevivência e renascimento do TAGV; a recuperação da Casa da Escrita, da Casa das Caldeiras e do Museu da Ciência da UC, todos com assinatura de João Mendes Ribeiro.

E a mudança de atitude no pelouro da cultura da autarquia, abissal, na disponibilidade para o diálogo. As mudanças trazidas pela vereadora Maria José Azevedo Santos permitem perceber a diferença entre sensibilidade e bom senso, por um lado, e presunção e ignorância enciclopédica por outro.

Dos pontos fracos, destacar a incapacidade do anterior executivo aproveitar a dinâmica criada pela Capital da Cultura 2003, que levou ao falhanço da Capital Europeia da Cultura. A ausência de ideias e cultura que grassa na direção-geral da AAC, rendida ao monopólio da cerveja [valha-nos a RUC, TEUC, CITAC, a Via Latina, a Cabra]. Ainda assim, o balanço é, francamente, positivo. O que falta a Coimbra é ganhar visibilidade exterior e com ela credibilidade e o respeito do país.

 

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