FMI, patrões, Governo e o ajuste de contas com o 25 de Abril

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Rita Rato

Logo ali mesmo na noite das eleições sem esperar por próxima oportunidade, o representante da Confederação da Indústria Portuguesa (que o mesmo é dizer a voz dos patrões da Indústria) não mandou dizer por nenhum comentador e afirmou sem quaisquer rodeios que agora findo este “folclore eleitoral” era tempo de concretizar o Pacto de Agressão Externa da Troika.

Mas que raio tem a ver com a dívida externa com o ataque à contratação colectiva, ao alargamento e desregulamentação dos horários de trabalho? Mas que raio tem a ver com a dívida externa o abaixamento dos salários e das pensões e o embaratecimento dos despedimentos, a promoção da precariedade e do desemprego?

Se interpretarmos a ideia do “folclore eleitoral” como a escolha dos executantes do Pacto de Agressão e do ajuste de contas do capital económico e financeiro para recuperar o domínio perdido com o 25 de Abril e a consagração legal dos direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos jovens, do povo português… tem tudo a ver! O Patronato di-lo sem rodeios porque sabe bem que o conteúdo do dito “Plano” representa um ajuste de contas com os direitos conquistados com a Revolução de Abril, muito mais do que qualquer estratégia para resolver o problema da dívida externa

À boleia da inevitabilidade da aplicação do Pacto de Agressão não querem perder a oportunidade para degradar ainda mais as condições de vida dos trabalhadores e das populações, para assim impor mais sacrifícios espalhando o medo e o desespero, «fazendo a cama» para aprofundar a exploração e acumular lucros escandalosos. Afinal as profecias que anunciavam o fim da luta de classes são contrariadas pelos dias que vivemos a provar bem que a luta de classes continuará a ser a grande questão da época contemporânea.

Mas porque também nos dias que vivemos, perigos enormes convivem com possibilidades de reforço da luta vamos ao trabalho, não baixamos os braços: os auxiliares de acção médica do IPO de Coimbra, os trabalhadores da CRH do Call-Center da PT, os trabalhadores dos SMTUC e tantos outros podem continuar a contar com o PCP.

 

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