TAGV promove colóquio internacional sobre produção cultural
O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) vai promover, no sábado, um colóquio internacional ‘online’ sobre “Modos de Produzir – Artes Performativas em Transição”, para debater a relação entre a produção e os diversos regimes de criação.
A iniciativa integra-se no ciclo dos 60 anos de atividade em Coimbra do TAGV e “pretende ser um momento de debate público aberto, participado, de acesso livre”, segundo o diretor da estrutura, Fernando Matos Oliveira.
O colóquio “Modos de Produzir – Artes Performativas em Transição/Modes of Production — Performing Arts in Transition”, promovido numa parceria do TAGV, Laboratório LIPA Universidade de Coimbra e CEIS20 Universidade de Coimbra, vai decorrer em formato digital, no sábado, das 10:00 às 18:30 e terá tradução simultânea.
Segundo a organização, a iniciativa contará com a participação de Annelies Van Assche (Bélgica), de Daniele Sampaio (Brasil), de Duška Radosavljević (Reino Unido), de Fernando Matos Oliveira (Portugal), de Joana Marques (Portugal), de Marta Keil (Polónia), de Thomas Schmidt (Alemanha) e de Vânia Rodrigues (Portugal).
O debate sobre a relação entre a produção e os diversos regimes de criação, que prestará particular atenção aos discursos e modelos de trabalho emergentes e ao seu impacto nas formas de produzir e gerir projetos e instituições culturais, destina-se ao público em geral, estudantes e agentes do setor cultural que se confrontam hoje com “a transformação crescente dos modos de produção cultural”.
“Em geral, há uma reflexão e uma atenção pública à criação artística em si e, portanto, o colóquio pretende, sobretudo, refletir sobre as condições de produção da arte e, em particular, das artes performativas”, disse hoje à agência Lusa Fernando Matos Oliveira.
De acordo com a organização, o colóquio internacional permitirá responder a questões como “de que modo é que os artistas se têm organizado coletivamente, depois de o modelo das ‘companhias’ ter perdido a sua prevalência enquanto modelo organizativo?” e “quais são os contextos formais e informais disponíveis para que os artistas escapem à precariedade dominante?”.
“Como tem evoluído o papel dos produtores, dos produtores criativos e dos gestores culturais? Qual a relação entre as transformações em curso e os modelos de formação e profissionalização existentes? Em que medida é que os modos atomizados de produção contemporânea limitam a capacidade de assumir riscos artísticos? Como podem as práticas artísticas feministas construir caminhos alternativos aos modelos institucionais dominantes?”, são outros dos assuntos a abordar durante os trabalhos.
“Modos de Produzir – Artes Performativas em Transição” também tratará “as dinâmicas que se colocam hoje na sequência das alterações do financiamento das artes, da constituição, por exemplo, de uma rede de estruturas mais capacitadas para o apoio à criação em Portugal”, disse à Lusa o diretor do TAGV.
Ainda de acordo com Fernando Matos Oliveira, as questões “da sustentabilidade, da acessibilidade, do género, da igualdade, são questões novas que se colocam com uma força crescente na própria produção artística”.