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Opinião: Sociedade digital e Big Data

08 de abril às 11h50
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No que tange ao conceito de big data analytics e inteligência artificial importa referir que o big data, também designado por macro dados ou mega dados, é uma área de conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de um conjunto de dados muito denso. O termo apareceu em 1997, para representar e assinalar um conjunto de dados não ordenados em rápido crescimento. O big data engloba, portanto, um conjunto de dados de grande volume, variedade e velocidade.
Com o aparecimento da Internet, a quantidade de dados aumentou abruptamente e, a partir de 2015, a sociedade passou para a era do zettabyte. Atualmente, segundo a Wikipédia, são gerados mais de 2.5 quintilhões de bytes diariamente. Pela sua presença e movimento nas suas relações económicas e sociais, os dados têm impulsionado positivamente os sistemas de mercado e da ciência. Neste contexto, as ferramentas (Analytics) que recolhem, processam, extraem informação e conhecimento dos datasets, são de grande importância para definir estratégias de marketing, aumentar a produtividade, reduzir custos, extrapolar tendências e tomar melhores decisões, o que permite gerar e acrescentar valor nas empresas e, em consequência, para o mercado. Inclusivamente, em termos de ciências, impulsionou a criação de um novo framework (paradigma) ao redesenhar um novo método orientado para ampliar as fronteiras do conhecimento. De facto, tendo em conta as novas tecnologias é possível coletar, manipular, processar e comunicar dados com mais eficiência e eficácia, acrescentando, por isso, maior valor agregado às análises científicas ou técnico científicas efetuadas. É possível agora fazer análise descritiva, diagnóstica, preditiva e prescritiva, o que permite orientar melhor a tomada de decisão e gerir mais adequadamente os riscos associados, e de forma mais prospetiva.
A massificação dos dados, destarte, enfrenta obstáculos, como, por exemplo, ameaça à privacidade, representada pelo aumento do armazenamento e integração de informações pessoalmente identificáveis. Pode também ser usada para manipular eleições e disseminação das fake news. Como a tecnologia serve para segmentar um determinado público-alvo, ao impulsionar campanhas de marketing mais profundas, impactantes e orientadas, o big data pode ser considerado uma metodologia questionável do ponto de vista ético, tendo em atenção a probabilidade de poder ser usado para manipular massas humanas e lograr obter resultados parciais de acordo com a motivação dos “especialistas”.
Apesar disso, é considerada uma tecnologia fundamental para o desenvolvimento de novas soluções para gerir riscos em todas as áreas das empresas. Neste sentido, é uma ferramenta digital orientada para aperfeiçoar as atividades, graças sobretudo à sua velocidade. O big data é ainda um processo que se baseia em programação, em algoritmos e em mecanismos de busca e ferramentas de exploração dos datasets. O machine learning, a inteligência artificial e a internet das coisas são ferramentas utilizáveis no big data. Como benefícios a ele associados enfatiza-se a melhor tomada de decisão, as oportunidades de inovação, o aprofundamento do estudo do comportamento dos clientes, a otimização dos preços dos produtos, os mecanismos de recomendação, a retenção de talentos e a identificação mais detalhada dos potenciais riscos do negócio.
A data analytics ou inteligência analítica é um campo abrangente e multidimensional que associa as técnicas matemáticas, estatísticas, análise preditiva e machine learning para encontrar padrões e conhecimentos significativos nos dados. Na jornada analítica atual os dados estão nos computadores, nos servidores ou na nuvem, sendo, para os utilizar, importante compreender primeiro o problema que se deseja equacionar e quais as respostas que se almejam, através das perguntas seguintes: Qual a parte da organização que precisa de melhorias? Quais as decisões que precisam ser tomadas? Os fatores que influenciam o interesse na adoção do big data, por parte das empresas, estão identificados do quadro seguinte:

Quadro 1 – Fatores que influenciam o interesse na adoção de big data nas empresas

Fonte-Fonte: InformationWeek ( 2014 ), “2015 Analytics & BI Survey”

O big data está a revolucionar a sociedade digital. De facto, qualquer indivíduo que visita um website faculta, sem o saber, múltiplas informações baseadas nos interesses que evidencia e no comportamento que adota. É a partir destes dados que o big data é capaz de identificar padrões que são úteis para fazer associações e encontrar correlações e desenvolver análises preditivas e procurar tendências. Os rastos digitais estão cheios de dados. A capacidade de os valorizar e de compreender a mensagem que transmitem faculta uma compreensão muito mais profunda e holística do mundo em que vivemos, que reclama ações dinâmicas de aperfeiçoamento humano do mundo em que vivemos.

Pode ler a opinião de Marques de Almeida na edição impressa e digital do Diário As Beiras

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