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Opinião: Portugal cumpre

05 de novembro às 14h03
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Palavra dada, palavra honrada.
Como aqui relatei, dei início em 2019 a uma profícua parceria no campo da Saúde entre a Embaixada de Portugal em Dakar e o Hospital Pediátrico Albert Royer.
Prometi, então, às autoridades senegalesas que não iria parar aí, que a entrega de equipamento cirúrgico marcaria apenas o primeiro passo de uma reforçada cooperação entre os nossos países, como me mandatam a função que desempenho e a minha maneira de fazer diplomacia: com metas e objetivos, medidos e cumpridos. Repeti esta afirmação aquando da entrega, há dois meses, de quatrocentos quilos de medicamentos doados pela BIAL, e repito-o hoje.
A 18 de outubro, após uma extraordinária e resiliente operação em território nacional, Portugal entregou quase 300 mil vacinas contra a Covid-19 ao Senegal, no quadro do mecanismo COVAX.
Com o início da disponibilização das vacinas a nível mundial, Portugal anunciou, logo no início do ano, a intenção de apoiar a vacinação internacional com um milhão de vacinas. Esta foi a primeira entrega portuguesa ao abrigo da iniciativa multilateral COVAX, e logo a um dos países africanos mais importantes fora da lusofonia. Pessoalmente, foi um momento particularmente especial. Durante quase dois anos a viver e trabalhar sob condições “covidianas”, testemunhei diariamente a resiliência local, mas também as fortes limitações de uma população que, apesar de jovem, não dispõe ainda de vacinação universal. A pandemia desfere pesados golpes no Senegal e, em Dakar, a chegada de ajuda proporciona um novo fôlego ao combate pandémico.
A cerimónia de entrega reuniu o nosso Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, e o Ministro da Saúde senegalês, Abdoulaye Diouf Sarr. Em nome do Presidente da República, Macky Sall, o dignitário sublinhou a importância da doação para o país, que ainda enfrenta uma grande disparidade geográfica a nível da vacinação, e louvou a promissora parceria que forjámos na saúde, onde a telemedicina (voltarei em breve a este tema) abrirá o próximo capítulo.
Do nosso lado, este passo cimenta a harmonia que temos vindo a estabelecer na cooperação entre os nossos países, numa miríade de domínios, e com oportunidades para novos atores e intervenientes portugueses, públicos e privados, que a nós se queiram juntar. É, mais que tudo, prova da capacidade nacional de que, por vezes, nos esquecemos. Somos exemplo mundial de vacinação e, com ações concretas, mostramos que também por todo o mundo temos um papel – as 298.700 vacinas que entregámos assim o demonstram.

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