Opinião: “O Parque Urbano deve avançar, apesar da expansão das Abadias?”
Sim, justifica-se o investimento no Parque Urbano e a expansão das Abadias. Ambos os espaços têm características diferentes e funções diversas, convergindo para a valorização do ambiente urbano. E é importante mudar mentalidades: uma cidade verde permite a valorização do território em geral, e do imobiliário em particular. Prédios situados junto a espaços verdes onde as crianças possam conviver ao ar livre, onde o ar é mais saudável, passam a valer o dobro ou triplo, comparativamente a alojamentos em áreas cinzentas.
O Parque Urbano deverá ser um expoente da simbiose entre cidade e campo, permitindo a coexistência de espécies (flora, fauna) e do lazer da população residente ou visitante. Este aspeto é essencial atendendo à crise de biodiversidade e ao colapso dos ecossistemas devido as alterações climáticas e à poluição (pesticidas, impermeabilização dos solos, excesso de iluminação, fragmentação dos habitats,…etc.).
E aqui reside o desafio do poder local: criar um Parque Urbano que seja único no país, inovador, capaz de congregar a riqueza de espécies, entre plantas, árvores, flores e arbustos, que existem no concelho. Conscientes que isto só é possível se o projeto para o Parque estiver virado para a Natureza, desistindo da tentação de o humanizar excessivamente, ponderando o uso de iluminação artificial e permitindo a vegetação espontânea.