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Opinião: O lixo da União Europeia

03 de fevereiro às 10h45
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Algo que nunca vou entender é a política do lixo nos diferentes países da União Europeia.

E não estou a falar de eleições, estou mesmo a falar do lixo a sério.

Até compreendo que alguns produtos sejam reciclados num país e noutro não. Por exemplo, a esferovite aqui vai para o lixo indiferenciado e em Portugal vai para os plásticos.

As infraestruturas de reciclagem são diferentes, os métodos diferem de país para país. Tudo bem.

Mas há uma coisa que não consigo compreender que é a diferenciação do lixo por cores. Não poderia a Europa ter a mesma cor para o mesmo tipo de lixo? É algo tão simples e que podia ser uniformizado e simplificar a vida a turistas, migrantes e viajantes… É que na Bélgica, o azul aplica-se a plásticos e metais, o amarelo a papéis/cartão – o que causa muita confusão quando vamos a Portugal, onde é exactamente ao contrário.

Para além dos sacos azuis e amarelos, temos aqui um saco verde para restos do jardim (excepto terra): ramos, folhas, ervas. Além disso há um saco laranja para desperdícios alimentares, restos de comida, sacos de chá, filtros de café,…

Há também outra diferença que reside na recolha do lixo.

Tirando muito raras excepções em que encontramos contentores subterrâneos coloridos para todo o tipo de detritos, não há contentores em toda a cidade, à excepção de papeleiras e de vidrão.Aí é que as coisas se complicam.

Não havendo contentores, a recolha do lixo tem dias específicos, que são diferentes de freguesia para freguesia.

Portanto, consoante o local onde vivemos, a recolha do lixo tem dias diferentes para se fazer.

E ainda há dias de recolha diferentes para cada cor de saco.

Considerando que Bruxelas tem 19 “juntas de freguesia”, todos os dias nalgum lado nos cruzamos com um carro a empatar o trânsito (porque na Bélgica o horário de trabalho quando nasce é para todos, inclusive cantoneiros).

E há sempre uns dias por semana em que os passeios se tornam intransitáveis, devido aos sacos amontoados que aguardam recolha.

Como se não bastasse, nalgumas zonas de Bruxelas as raposas e os corvos fazem estragos nos sacos, espalhando o lixo e seu odor pelas ruas… Para o visitante ocasional é uma imagem feia e pouco higiénica, mas parece ser o método que melhor funciona por cá.

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