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Opinião: O futuro é hoje

06 de setembro às 12h30
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Os próximos meses serão de enorme relevância para o futuro da União Europeia. Afinal de contas, haverá eleições nos dois maiores países: Alemanha e França, e os resultados apresentam-se por ora uma incógnita total. Ninguém tem dúvidas de que eventuais mudanças naqueles Estados Membros, de uma forma ou outra, acabam por ter implicações no curso das coisas em Bruxelas.
Acresce, que está em andamento um importante processo de consulta pública – no qual todos somos convocados a participar enquanto cidadãos europeus – sobre o futuro da Europa. A forma como a União funciona e deverá passar a organizar-se; sobre os novos direitos (por exemplo os digitais) e obrigações; sobre a sustentabilidade ambiental; sobre o “estado de direito” no espaço comum. Enfim, a “Conferência sobre o Futuro da Europa” é a oportunidade para uma profunda reflexão interna que culminará em desejáveis mudanças institucionais no reforço do papel da UE, em que a pandemia veio confirmar como uma plataforma fundamental.
Depois, está a começar a execução dos diversos “Planos de Recuperação e Resiliência” por entre Estados Membros, que – espera-se – conduzam a uma melhoria da situação económica de empresas e famílias. Este impulso é fundamental para a relançar o crescimento desta região, que compete crescentemente com outros dois blocos, americano e chinês.
Mas a União Europeia é, acima de tudo, um projeto e um desígnio político assente em valores e princípios fundamentais e na democracia. Ora, para além das relevantes dimensões sociais e económicas, a UE deve afirmar-se por elevados padrões humanistas, interna e externamente. A verdade é que nem sempre tem sido assim…Olhemos à nossa volta…
Temos, hoje, na UE, planos de enorme ambição ambiental – a neutralidade é complexa mas possível – e digital, através do uso de tecnologias emergentes para um mundo mais justo e melhor, no respeito pelos direitos fundamentais. E temos a perceção clara (mais evidente com a pandemia) de que há áreas de necessário reforço na cooperação, a saúde e a educação por exemplo.
Mas o pós-Covid (seja lá o que isso for), os massivos fluxos migratórios e outras ameaças à segurança coletiva impõem-se como desafios imensos e que colocarão, a cada momento, os fundamentos e a arquitetura da União à prova

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