Opinião: O “Eduverso” para uma Educação Pós-Digital!
Já é um lugar comum dizer-se que Portugal necessitará de um “salto quântico” na geração de valor, e de um sobressalto cívico, com desenvolvimento acelerado de talento para ultrapassar a crónica inadaptação à Arquitetura Monetária e Financeira onde estamos inseridos e usar o “pós-digital” como base fundacional, e significado tangível para a criação de riqueza económica, desenvolvimento humano e felicidade líquida.
A ideia Pós-Digital refere-se a um conjunto de iniciativas, atividades, tarefas, conhecimentos, capacidades e competências que existem no seguimento e para além (beyond) da esfera digital, e se realizam entre plataformas descentralizadas de operação, sob a égide de modelos de especialização produtiva criativa, inerentemente distribuidos e depois redistributivos sob razão meritocrática (built-in).
Exemplos da era digital como teletrabalho ou telesaúde existem no pós-digital através de “contratos inteligentes”, em redes de operacionalidade flexível, automática e autónoma, para transmissão de dados e informações entre Organizações Autónomas Descentralizadas (DAO na terminologia anglo-saxónica), a versão pós-digital alternativa e complemento às empresas (com clientes), pelo reforço e envolvimento de comunidades interativas e imersivas de talento colaborativo (através de parceiros ).
Para se perceber o Eduverso enquanto jornada para uma Educação Pós Digital, teremos de reconhecer o Metaverso, ainda que parcialmente, como ensaio para um novo sistema económico, uma meta-economia, que goza de supremacia sociotécnica sobre qualquer outro modelo da economia digital, mundo virtual ou jogo que, neste contexto pode ser considerado como uma instância futurista mas, sem miragem fantasiosa ou distopia fatalista, onde já é possível encontrar algumas das maiores empresas da economia tradicional como a Nike, Meta ( ex-Facebook), Sony, Apple, Puma, Nvidia, Disney, Adidas, Walmart, Samsung, Microsoft, ou Warner Music.
Uma proposta de reflexão sobre os desafios do Eduverso como uma tríplice preposicional de 1 ) “Educação para o Metaverso”, 2 ) “Educação com o Metaverso” e 3 ) “Educação sobre o Metaverso”, não deverá resumir-se à formação de Utilizadores / Consumidores para o Digital, mas sobretudo ao desenvolvimento de Criadores / Produtores, capazes de gerar Utilidade(s) Pós-Digitais, através da modelização e mobilização de talentos, instituições e ecossistemas para um pensamento e raciocínio ético, estético e metafísico, capaz de antecipar riscos cibernéticos de consequências quânticas que podem desafiar soberania, democracia, cidadania, e podem impedir o supremo desígnio de orientar e cumprir Portugal, rumo ao século vinte e um.