Opinião: O bom, o mau e o vilão
Nas últimas semanas fomos confrontados com um sucedâneo de acontecimentos que obrigam a uma profunda reflexão sobre a equidade de várias decisões políticas e sobre a responsabilidade que deve recair sobre os seus Autores.
Para cúmulo de alguns e gaudio de outros, os Portugueses assistiram resignadamente à realização de eventos desportivos que agregaram milhares de adeptos, nomeadamente estrangeiros, com evidente incumprimento das regras de prevenção e combate à pandemia instituídas, bem como assistiram à consequente retirada de Portugal da lista dos Países considerados seguros para o turismo com consequências inevitavelmente desastrosas para a nossa economia.
Na origem destas decisões estão os mesmos que recusaram a permanência de quinhentos adeptos na final desportiva de uma modalidade amadora em pleno Estádio Nacional, e que autorizam manifestações políticas de uns e recusam as de outros como se de um jogo se tratasse.
Paralelamente assistimos à inenarrável denuncia junto de terceiros de cidadãos que ousam fazer uso da liberdade, num assombro jamais imaginado e que mereceu as mais primárias tentativas de relativização como se fossemos todos distraídos.
Da esquerda à direita evidencia-se uma gritante falta de coerência e, em muitas situações, de sentido de Estado do nosso poder político.
Tal como no filme dirigido por Sergio Leone, temos quem faça o papel de “Bom”, sem o ser, e muitos a fazer de “Mau”, sendo-o efetivamente.
Depois não nos admiremos sobre o papel que o “Vilão” terá nesta história.