Opinião: “Navegar com destino”
Quase a concluir um ano em que, por força da pandemia que dominou as nossas vidas desde o primeiro dia e já quase nos pareça o novo normal, percebemos em definitivo a importância do digital no nosso quotidiano, são várias as notícias nas últimas semanas de novas iniciativas de apoio a esta transformação.
Ouvimos a Estrutura de missão Recuperar Portugal (PRR) anunciar contratos de financiamento para reforço da digitalização que irão abranger 60 mil empresas e um investimento de 650 milhões de euros até 2025, com isto contribuindo para criar um maior número de “empresas 4.0” no nosso país.
De outro lado, também a notícia da criação de uma Rede de Polos de inovação digital (DiH – Digital Innovation Hubs), uma ideia que a Comissão Europeia desenvolveu para disseminar o acesso a tecnologias digitais e aconselhar empresas, permitindo-lhes o acesso a estes centros para, entre outros, testar antes de investir nessas mesmas tecnologias. Esta Rede nacional, composta por 17 polos, criará novos centros de competências digitais que irão contribuir para diminuir a incerteza sobre estas tecnologias, abrangendo todos os setores relevantes da nossa economia. Serão importantes para a disseminação e adoção de tecnologias digitais avançadas por parte das empresas, sobretudo PME, mas também para fortalecer o ecossistema de inovação através da cooperação entre agentes com competências e atuações complementares, incluindo centros de I&D, universidades, centros de interface tecnológico, incubadoras, clusters de competitividade e outros. E farão parte de uma Rede Europeia de Hubs a dinamizar pela Comissão Europeia, no âmbito dos programas de apoio para 2021-2027.
Uma das preocupações continuará a ser a necessidade de meios humanos, comum a todas estas iniciativas, surgindo de novo a questão – terá o mercado de trabalho capacidade de resposta para todos estes projetos? Veremos. Nos objetivos de contratação de pessoas qualificadas agora divulgados pelas entidades promotoras, os números impressionam e muito.
Se é verdade que já percebemos o destino para onde queremos navegar em matéria de digitalização, não é menos verdade que os ventos continuam favoráveis nos apoios e projetos que vão surgindo. Porque quando se navega com destino, muitos ventos podem ser favoráveis!
Pode ler a opinião na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS