Opinião- Não passará!
O novo ano começa com eleições no horizonte.
Das mais relevantes das últimas décadas pelo contexto pandémico em que se inserem, a necessidade de não interromper a execução dos fundos europeus disponíveis e, acima de tudo, a defesa da própria democracia tal como a temos conhecido.
Os primeiros debates televisivos – e este será o espaço privilegiado de confronto, a par das redes sociais – mostram-nos que, infelizmente, a demagogia, os “sound bites” e a histeria verbal serão o prato principal de um menu que se exigiria diferente.
Afinal de contas, conhecidos já diversos programas, existem nos diferentes quadrantes ideias importantes e interessantes a analisar: as alterações tributárias, o SNS, a demografia, o emprego jovem, a sustentabilidade da segurança social, a digitalização e as alterações climáticas, apenas para citar algumas.
As sucessivas sondagens mostram evidências sobre as verdadeiras preocupações e expetativas do eleitorado, em particular a de como garantir a estabilidade política a partir de fevereiro. Mas também evidenciam que, apesar de tudo, o ilusionismo demagógico e anti-sistema da extrema direita não surte (por ora) efeito; assim como nos mostram uma penalização da extrema-esquerda enquanto responsável por esta desnecessária crise política!
Ainda assim, e voltemos à arena televisiva onde fruto das contingências pandémicas muito se decidirá, a truculência verbal da extrema-direita, alicerçada em descontextualizadas fotocópias de jornais, já condicionou alguns candidatos mais incautos.
Veja-se o exemplo da prisão perpétua, que estando longe de ser um tema atual e relevante para a sociedade portuguesa, conquistou primeiras páginas. É que enquanto se perder tempo com o acessório esquece -se o essencial e essa é a estratégia que serve precisamente quem não tem ideias, consistência programática e estatura democrática.
Estas eleições são, indubitavelmente, o primeiro grande teste, nas últimas décadas, à robustez da nossa democracia. Era bom que ficassem claras – para todos e por todos – as inultrapassáveis linhas vermelhas!