Opinião: Mudo e quedo para não ficar…ledo!
De vez em quando sou apanhado “à surrelfa”, de uma forma geral já a pestanejar, e aguento firme durante algum tempo a ver – que não a assistir – os debates sobre as eleições autárquicas!
Cada vez mais me convenço, e não tem nada de reacionário, que Portugal está carregadinho de “Tino´s de Rã´s”, seja lá o significado que isso tenha e o que cada um atribua!
O dedo resvalou para um primeiro debate entre Medina e Moedas. Pensei “cá para os meus botões” que iria assistir a algo de incomum porque, fora de brincadeiras, os tinha em boa conta.
Passado uns minutos, porque a conversa se estava a tornar fastidiosa, fugi a sete pés daquela coisa. Tropecei em coisa pior e rapidamente voltei onde tinha sido menos infeliz!
Não perdi nada, penso eu, porque a conversa mantinha-se monocórdica, sem nenhum “golpe de asa” – leia-se proposta – que me pudesse entusiasmar a ficar mais um pouco.
Medina esqueceu-se que a capital, ou melhor, Lisboa, porque a capital continua a ser Coimbra, ficou atolada de “AL – alojamento local – com o abandono ou expulsão – o leitor avaliará – de muitos cidadãos nados e criados nos seus bairros.
Lisboa ficou à mercê de uma economia efémera, leia-se turismo, que, ao mais leve abanão desaparece dos destinos turísticos. A defesa da capital – e não poderão ser só os alfacinhas a fazê-lo – deverá ser defendida por todos os cidadãos de nacionalidade portuguesa. Há uma pertença histórica. E essa é de todos. Não só de alguns!
Carlos Moedas falou insistentemente sobre uma senhora arquitecta que faz parte da lista de Medina, mas que tem um gabinete da arte! E convencê-lo da bondade da senhora em deixar a sociedade e assumir a sua condição de vereadora? Que dificuldade, meu Deus!
Como foi um tête-à-tête, não consegui ainda ouvir o que o candidato da CDU tem a dizer. É que, apesar de não ganhar, tem condições de ajudar à valorização da capital!
Mas, não estava ainda refeito deste debate profundamente medíocre, eis que arregalei os olhos, fui rapidamente lavá-los com água bem fria, porque no ecrã me apareceu o debate sobre a Amadora!
Para o que eu estava guardado!
Para onde vai o nosso dinheirinho, dirá o Povo! Ou não dirá, porque esse tal povo, deve-se rever em tanta disfuncionalidade.
Mas que foi mais divertido, lá isso foi! E até um representante de um partido à esquerda consegui afirmar, referindo-se aos habitantes da Cova da Moura, “aquela gente”! E depois digam que o racista é o Ventura! É. Não tenho dúvidas. Mas como diria o “Carlitos do Olivais”, “há maissssssssss”!
Prometi a mim próprio, mas eventualmente não conseguirei resistir, que não assistiria a mais nenhum debate sobre eleições autárquicas a não ser sobre a minha cidade e concelho de Coimbra. Aliás, e apesar do debate já ter sido gravado, nós só poderemos assistir quando a rotativa estiver a imprimir o jornal. E ainda bem, porque já prometi a todos os santinhos que vou ficar mudo e quedo…para não ficar ledo!
Se até agora tem sido divertido apesar da campanha ainda não se ter iniciado, tenho para mim que a coisa vai azedar. Mas tem de azedar. Porque, a não ser assim, afinal, que piada tinham estas eleições?
Ah, já me esquecia; na Figueira da Foz a coisa também pode ficar catita! Lá irei amigos, lá irei! Que por esse país fora, a coisa está a ficar saloia de mais, e demais, para o meu gosto!